Polimorfismos de genes da imunidade inata associados à infecção pelo HIV-1. / Gene polymorphisms associated innate immunity to HIV-1.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

22/02/2011

RESUMO

A síndrome da imonodeficiência adquirida (AIDS) é caracterizada pela depleção de linfócitos T CD4+, reduzindo a capacidade do organismo em responder a infecções. Aproximadamente 630 mil pessoas vivem atualmente com o HIV no Brasil, consistindo em um terço dos casos das Américas Central e do Sul. Muitos fatores, como a grande taxa de mutação viral, tornam difícil a pesquisa por vacinas eficientes contra o vírus. Portanto, novos alvos biológicos devem ser identificados para o desenvolvimento de novas abordagens acerca do tema. Muitas evidências mostram que variações interpessoais desempenham uma função na susceptibilidade à infecção pelo HIV-1 e progressão à AIDS. Polimorfismos em genes envolvidos na imunidade inata e adquirida podem ser fatores que aumentam ou diminuem a capacidade de resposta ao vírus. Recentemente, o interesse em peptídeos antimicrobianos (AMPs) e receptores intracelulares vêm aumentando na comunidade científica, devido à grande importância que eles possuem no desenvolvimento da resposta imune inata. A lectina ligadora de manose (MBL) é uma proteína codificada pelo gene MBL2 que atua como uma molécula de reconhecimento e é capaz de ativar a via das lectinas do sistema complemento, além de facilitar a fagocitose e opsonização. Essa proteína reconhece manose e outros carboidratos presentes na superfície de patógenos. Particularmente, a MBL é capaz de se ligar à glicoproteína gp120 do HIV e ativa a resposta imune contra o vírus. A beta-defensina humana 1 (hBD1) é codificada pelo gene DEFB1 e é considerada um dos mais importantes AMPs, atuando principalmente nas superficies das mucosas. Esse peptídeo atua como a primeira linha de defesa contra patógenos e pode ligar os sistemas inato e adaptativo, através da ativação de células dendríticas. Adicionalmente, alguns receptores intracelulares podem interagir com outras proteínas e formar complexos protéicos, conhecidos como inflamassomas. Esses receptores intracelulares, chamados NALPs, têm sido descritos como fatores importantes na liberação de citocinas pró-inflamatórias, principalmente IL-1beta e IL- 18. Nesse estudo, foi analisado o papel de polimorfismos de único nucleotídeo (SNPs) nos genes MBL2, DEFB1, NALP1 e NALP2 e suas relações com a infecção pelo HIV-1. As análises foram feitas por PCR em Tempo Real e/ou sequenciamento direto do gene. Os resultados demonstraram que polimorfismos funcionais no gene MBL2 funcionam como fatores de risco para a infecção pelo HIV-1. Por outro lado, quando os polimorfismos no gene DEFB1 foram analisados, nenhuma associação estatística foi encontrada. Finalmente, SNPs nos genes NALP1 e NALP3 foram investigados e apenas um polimorfismo, localizado no NALP3, foi considerado estatisticamente significante, sendo um fator de proteção contra a infecção pelo HIV-1.

ASSUNTO(S)

hiv defensinas genotyping polymorphism real time - pcr genetica hiv defensins genotyping polymorphism real time - pcr.

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