Polen apicola brasileiro : valor nutritivo e funcional, qualidade e contaminantes inorganicos / Brazilian bee polen : nutritive and functional value, quality and inorganic contaminants

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Considerando o mercado favorável ao consumo de produtos naturais de elevado valor nutritivo, complementares à dieta ou com efeitos terapêuticos, as perspectivas positivas para o Brasil na cadeia produtiva apícola por seu clima e flora propícios, bem como o possível emprego do pólen apícola como indicador de poluição ambiental, o presente estudo teve como objetivo caracterizar o pólen apícola nacional desidratado e pronto para o consumo quanto à composição química, de minerais, flavonóides e contaminantes inorgânicos. A literatura é discutida no Capítulo 1, no qual são apresentados estudos brasileiros e de outros países sobre a composição do pólen apícola, focalizando o seu valor nutritivo, o alto conteúdo de flavonóides, bem como a presença de contaminantes inorgânicos e suas implicações sobre a segurança do produto e poluição ambiental. O Capítulo 2 apresenta os resultados da análise de 154 amostras de pólen apícola desidratado, pronto para consumo, procedentes de 11 diferentes estados do Brasil e do Distrito Federal, coletadas nos anos de 2007 e 2008, quanto à sua composição centesimal (umidade, acidez livre, proteínas, lipídeos totais, cinzas e açúcares), sendo os aminoácidos livres identificados e quantificados em 22 amostras. O método de Karl Fischer para a determinação de umidade foi otimizado e aplicado. A composição das amostras de pólen apícola apresentou grande variação de resultados dentro e entre todos os estados brasileiros, sendo: 3,00 a 9,39 % para umidade; 1,33 a 4,13 g/100g para cinzas; 4,01 a 13,32 g/100g para lipídeos; 12,28 a 27,07 g/100g para proteínas; 6,99 a 21,85 g/100g para glicose; 12,59 a 23,62 g/100g para frutose e 105,3 a 609,9 meq/Kg para acidez. Os resultados foram discutidos em relação aos padrões de qualidade vigentes e ao valor nutritivo do produto na alimentação humana e apontam para a necessidade da revisão de tais padrões e para o controle da cadeia de produção deste produto. No Capítulo 3 a composição mineral foi determinada nas 154 amostras de 11 estados brasileiros e do Distrito Federal, coletadas em 2007 e 2008. Os elementos minerais foram quantificados usando espectrometria de emissão ótica em plasma com acoplamento indutivo (ICP OES). Os níveis médios obtidos foram 828 a 4670 mg/Kg para cálcio, 3 a 25 mg/Kg para cobre, 11 a 552 mg/Kg para ferro, 1431 a 9910 mg/Kg para potássio, 348 a 3621 mg/Kg para magnésio, 12 a 211 mg/Kg para manganês, <0,004 a 1466 mg/Kg para sódio, 2177 a 8165 mg/Kg para fósforo, <0,01 a 4.4 mg/Kg para selênio e 5 a 76 mg/Kg para zinco. Manganês, selênio, cobre, zinco e ferro foram os elementos que apresentaram maiores contribuições nos valores de ingestão diária recomendada (IDR), quando se considera o consumo de uma porção diária de 25 g, alcançando 70%, 37%, 27%, 17% e 15% da IDR, respectivamente. O Capítulo 4 descreve o desenvolvimento e validação da metodologia analítica para determinação de flavonóis e flavonas em amostras de pólen apícola desidratado coletadas em três estados brasileiros. Utilizando-se Delineamento Composto Central Rotacional, obteve-se a melhor condição para extração e hidrólise dos flavonóides encontrados na forma glicosídica a suas respectivas agliconas: 1,0M de HCl por 30 minutos. A melhor separação (CLAE) dos flavonóides foi conseguida com a coluna de fase reversa Symmetry C18 (2,1 x 150 mm, 3,5 ?m) e fase móvel de metanol:tetrahidrofurano:água (26:57:17), acidificados com 0,3% de ácido fórmico em corrida isocrática. Aplicando as condições estabelecidas para a análise no Capítulo 4, no Capítulo 5 foram identificados e quantificados os flavonóides de 36 amostras de pólen apícola desidratado produzidas em três estados brasileiros (Bahia, Santa Catarina e São Paulo). Apigenina não foi identificada em nenhuma das amostras, enquanto quercetina foi a aglicona mais frequente, estando presente em quase todas as amostras estudadas. As agliconas frequentes nas amostras analisadas foram: de SP, miricetina, luteolina e quercetina; BA, quercetina e isoramnetina; SC, quercetina e kanferol. Os teores variaram entre 119 e 5587 ?g/g para miricetina; 14,4 e 3429 ?g/g para luteolina; 28,1 e 2700 ?g/g para quercetina; 11,6 e 1879 ?g/g para isoramnetina e 70,2 e 3056 ?g/g para kanferol, sendo variável também entre amostras do mesmo local. No Capítulo 6 são apresentados os experimentos de desenvolvimento e validação do método para determinação de contaminantes inorgânicos em 43 amostras de pólen apícola coletadas na região sudeste do Brasil durante um ano. A digestão ácida das amostras foi realizada em sistema fechado assistido por microondas e a quantificação dos elementos foi feita por ICP OES. O método apresentou desempenho satisfatório com boa exatidão e precisão. As faixas dos teores médios foram: 10,4 a 268,0 mg/Kg para Al, <0,01 a 1,38 mg/Kg para As, 2,78 a 17,63 mg/Kg para Ba, 0,003 a 0,233 mg/Kg para Cd, <0,01 a 1,11 mg/Kg para Co, <0,01 a 2,32 mg/Kg para Cr, <0,10 a 1,13 mg/Kg para Ni, <0,01 a 0,44 mg/Kg para Pb, <0,035 a 1,33 mg/Kg para Sb e <0,0004 a 0,0068 mg/Kg para Hg. A estimativa de ingestão mostrou que Al e As apresentaram as maiores contribuições para a dieta, com os teores médios de PTWI (ingestão semanal tolerável provisória) de 27% e 8%, respectivamente. O pólen apícola do estado de Espírito Santo apresentou níveis menores de contaminantes.

ASSUNTO(S)

bee polen proximate composition minerals flavonoids inorganic compounds polen apicola composição centesimal minerais flavonoides contaminantes inorgânicos

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