Poder em Hannah Arendt: uma leitura
AUTOR(ES)
Marcos Valério Carvalho Manzato
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
É razoável acreditar que a construção da idéia de poder, como produzida por Hannah Arendt, e registrada nas esferas da filosofia e da política, ocupando espaços em momentos distintos, tem suas experiências pessoais como inspiração. A trajetória intelectual da autora inicia-se na filosofia, ao lado de importantes personagens e filósofos alemães, especialmente Martin Heidegger e Karl Jaspers, partindo posteriormente para a teoria política por influência de Heinrich Blücher, nos Estados Unidos, e retorna, finalmente, para a filosofia. É possível apreender, no pensamento de Arendt, um significado de política que se desenvolve no interior de uma concepção de mundo e com os homens, inseridos nas suas diversas atividades humanas, divididas em 1) o labor - aquela atividade marcada pela necessidade e concomitante futilidade dentro de um processo biológico, do qual é derivativa, uma vez que se consome no próprio metabolismo, individual ou coletivo; 2) o trabalho - por meio dele e das extrações efetuadas da natureza, as coisas são criadas pelo homo faber, com sua conseqüente conversão do mundo em um espaço de objetos partilhados pelo homem; e 3) a ação - única atividade que se exerce diretamente entre os homens sem a mediação das coisas ou da matéria. A ação ocupa, no contexto arendtiano, uma das condições fundamentais na vida do homem, consubstanciada pela capacidade de conduzir livremente seu próprio destino, representando ainda a única forma de expressão da singularidade individual. Busca Arendt apresentar uma concepção de poder que não está circunscrita a aspectos de dominação ou hierarquização, mas na total desvinculação daquelas situações de puro jugo, subordinação ou mando por parte dos homens. O poder para Arendt se constrói pela interação de três elementos, ou seja, a 1) ação conjunta, 2) a comunicação e o 3) senso comum. Arendt, com o seu pensamento de poder, compreende todo o mecanismo da ação conjunta, tornando-se uma das grandes colaboradoras no processo democrático, servindo de incentivo para comunidades e organizações em suas lutas ou reivindicações de direitos, que podem levar à formação e ao desenvolvimento de idéias concretas, inclusive por meio da participação direta e contínua. Não obstante, há dificuldades para se implantar a democracia participativa, principalmente em países subdesenvolvidos. No Brasil, há um caminhar neste sentido, por meio de alguns mecanismos contidos na Constituição Federal de 1988. Este é o sentido desta investigação
ASSUNTO(S)
direito -- filosofia ciencia politica -- filosofia arendt, hannah -- 1906-1975 -- critica e interpretacao poder (ciencias sociais) direito
ACESSO AO ARTIGO
http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5845Documentos Relacionados
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