PLEASURE, SUFFERING, AND DEFENSIVE STRETAGIES OF HEALTH COMMUNITY AGENTS AT WORK / PRAZER, SOFRIMENTO E ESTRATÉGIAS DEFENSIVAS DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NO TRABALHO

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratório-descritiva que teve como objetivo de conhecer o processo de trabalho do Agente Comunitário de Saúde, identificar as situações geradoras de prazer e de sofrimento relacionadas ao trabalho e descrever as estratégias defensivas utilizadas por eles no cotidiano laboral. Os participantes do estudo atuavam em equipes do Programa de Agentes Comunitários de saúde e da Estratégia de Saúde da Família, com uma amostra de 24 sujeitos. Foram selecionados dois instrumentos de coleta de dados quais sejam: um questionário de levantamento de dados sócio-demográficos e a técnica de grupo focal. Para tanto, o tratamento dos dados foi realizado em duas etapas, ou seja, para os dados sócio-demográficos foi utilizada a estatística descritiva e para os dados qualitativos coletados nos grupos focais, foi feita a análise de conteúdo. Este estudo atendeu à Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Quanto aos resultados, a totalidade dos ACS é do sexo feminino; a maioria casada; com filhos; idade média 39 anos; ensino médio completo e tempo de serviço entre um e cinco anos. Quanto ao prazer, este se relaciona à valorização e reconhecimento da comunidade; ao sentir-se útil; às manifestações de carinho dos usuários; à resolução de problemas; a convivência harmoniosa entre os ACS e a participação nos eventos festivos no trabalho. Quanto ao sofrimento, evidenciou-se que ele surge quando existem falhas no serviço de saúde que impedem o ACS de realizar sua função; frente a perda da privacidade pelo fato de morar e trabalhar no mesmo local; ao compartilhamento do sofrimento das famílias diante da doença e da morte; no convívio com as questões sociais como miséria, violência; o conflito entre os valores do ACS e a realidade da comunidade e a frustração por não ter conseguido evitar algum agravo para a saúde do usuário. Além disso, destaca-se como fonte de sofrimento a falta de reconhecimento do trabalho por parte da equipe de saúde e chefia imediata e a ausência de averiguação sobre as queixas do seu trabalho. Quanto as estratégias defensivas utilizadas pelos agentes comunitários, destacam-se as elaboradas a fim de impedir a contaminação do tempo de não trabalho como, por exemplo, esquecer os problemas do cotidiano laboral; realizar atividades diferentes; colocar uma barreira física para impedir o acesso dos usuários à sua casa; o uso de medicamentos antidepressivos; a organização da agenda de visitas domiciliares; a procura de ajuda através do contato com colegas e o apoio da religião. A negação do sofrimento aparece como uma válvula de escape, isto é, fazer de conta que ele não existe, ou até mesmo quando a raiva se intensifica, esperar uma providência divina. No que se refere ao sofrimento advindo da violência, diante da impotência sentida, as estratégias relatadas foram ignorar, negar ou encontrar maneiras de racionalizar e explicar estas situações. No que se refere ao relacionamento com a equipe de trabalho, as estratégias elaboradas envolvem a criação de espaço de discussão e diálogo, o fortalecimento dos laços com outros ACS, a conscientização pessoal da importância do seu trabalho e a participação em grupos terapêuticos.

ASSUNTO(S)

trabalho work pleasure and suffering agentes comunitários de saúde health community agents prazer e sofrimento enfermagem

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