Picamalácia: epidemiologia e associação com complicações da gravidez

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2009-09

RESUMO

OBJETIVO: verificar a taxa de ocorrência de picamalácia em gestantes e o impacto na saúde materna e do concepto. MÉTODOS: trata-se de estudo prospectivo realizado com 227 gestantes adultas e seus recém-nascidos atendidos na Maternidade-Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro entre 2005 e 2006. Considerou-se como picamalácia a ingestão de substâncias não alimentares ou combinações atípicas de alimentos. A coleta de dados foi realizada por meio de consultas aos prontuários e entrevista. RESULTADOS: a picamalácia na gestação foi referida por 14,4% das mulheres, e 42,1% destas a praticavam diariamente. Em 46,7% dos casos, o início da prática foi no segundo trimestre e, em 30% dos casos, no terceiro trimestre gestacional. Dentre os motivos alegados, 65% das mulheres não sabiam informar, 15% declararam alívio de náuseas e pirose e, 10%, alívio de estresse e ansiedade. A prática em gestação/puerpério anterior foi referida por 15% das gestantes. A picamalácia não se associou ao estado antropométrico materno; à cor de pele; à situação marital; ao grau de instrução materna; e à presença de parasitoses. Não houve diferença entre as médias de renda familiar total e do número de gestações para os grupos de mulheres que praticaram ou não a picamalácia. A picamalácia foi associada à anemia gestacional (p<0,009) e intercorrências gestacionais (OR=3,5; IC95%=1,6-7,9). Quanto à saúde do concepto, a picamalácia materna não interferiu nas condições ao nascer: peso, idade gestacional e intercorrências. CONCLUSÃO: a picamalácia deve ser investigada na assistência pré-natal e reconhecida como um fator de risco para a saúde materna.

ASSUNTO(S)

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