Petrologia e metalogenia do depósito primário de nióbio do complexo carbonatítico-foscorítico de Catalão I, GO / Petrologia e metalogenia do depósito primário de nióbio do complexo carbonatítico-foscorítico de Catalão I, GO

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O Complexo Carbonatítico-Foscorítico de Catalão I é parte da Província Ígnea do Alto Paranaíba (PIAP) e consiste de um corpo intrusivo formado por rochas da série-bebedourítica (piroxenitos) na borda, e das séries carbonatíticas e foscoríticas no centro. As rochas da série-foscorítica apresentam apatita, magnetita e silicatos magnesianos (flogopita e/ou olivina) e se subdividem em foscoritos (P1), e nelsonitos ricos em apatita (P2) e magnetita (P3). P2 e P3 hospedam a mineralização de Nb+P+Fe do Complexo de Catalão I. Dolomita carbonatito (DC) ocorre associado com P2 e P3 formando associações de carbonatito-foscorito. A composição da mica muda de flogopita em P1 para núcleos de flogopita com bordas de tetra-ferriflogopita em P2 até tetra-ferriflogopita em P3 e DC, similar ao decréscimo de Al observado em micas de foscoritos de outros complexos. Apesar de todas as unidades apresentarem apatitas enriquecidas em ETR, as de P1 são ricas em Si enquanto as de P2, P3 e DC são enriquecidas em Sr. Núcleos de apatita e flogopita mostram uma tendência composicional consistente com a evolução de P1 para DC, corroborando com as variações observadas nos elementos maiores. Relações núcleo-borda de cristais, por sua vez, são mais complexas e evidenciam que a extração de DC em P2 foi menos expressiva quando comparada com a ocorrida em P3. Dolomita primária em DC contém alto-Sr e apresenta-se límpida e coesa, enquanto a secundária ocorre como cristais turvos e friáveis com baixo-Sr. Em termos de isótopos de carbono e oxigênio, enquanto os carbonatos primários apresentam assinatura ígnea, os carbonatos secundários têm δ18OSMOW mais alto e não apresentam variações significativas em δ13CPDB. Além disso, os carbonatos preservam também indicativos de desgaseificação, alteração por fluidos de baixa temperatura e hidrotermais. Pirocloro ocorre em P2, P3 e DC, e origina um trend composicional ígneo de pirocloros enriquecidos em Ca para enriquecidos em Na. Observa-se também um trend de alteração, marcado pela substituição de Ca-Na por Ba, culminando com a formação de bariopirocloro. ETR normalizados à composição do magma primitivo (flogopita-picrito) mostram padrões tetrad tipo-M em rochas foscoríticas e o padrão complementar, tipo-W, nos bebedouritos, sugerindo que os dois grupos estão relacionados entre si por imiscibilidade de líquidos a partir de um magma parental silico-carbonatado. Padrões normalizados de ETR entre rochas da série-foscorítica e DC são paralelos e sugerem que a associação em pares carbonatito-foscorito é gerada por filter pressing. A dissolução dos bolsões de DC e a conseqüente geração de porosidade secundária permitiram o enriquecimento residual do depósito primário de nióbio associado aos nelsonitos, em função da formação de solos profundos e ricos em minerais resistentes ao intemperismo, dentre eles o bariopirocloro. A ocorrência de rochas ferro-fosfáticas de origem ígnea em Catalão I demonstra a existência de magmas de composição semelhante e sugere que rochas com apatita e óxidos de ferro em outros ambientes geológicos podem ter sido geradas por cristalização de magmas ferro-fosfáticos.

ASSUNTO(S)

niobio carbatito foscarito nelsonito geologia

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