Peste no Estado do Cearà (1900-2008): Epidemiologia, VigilÃncia e AÃÃes de Controle / Death in the State of Cearà (1900-2008): Epidemiology, Surveillance and Control Actions.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/04/2009

RESUMO

O objetivo do trabalho foi descrever, em uma perspectiva histÃrica, o perfil epidemiolÃgico da peste no Estado do Cearà a partir de 1900 e a evoluÃÃo das aÃÃes de controle desse agravo no perÃodo de 1980 a 2008. Realizou-se um estudo descritivo, de natureza histÃrica, com associaÃÃo da abordagem da histÃria oral, para construÃÃo dos cenÃrios epidemiolÃgicos e operacionais e uma revisÃo de informaÃÃes histÃrico-epidemiolÃgicas do programa de controle. Para consubstanciar as informaÃÃes obtidas, foram realizadas entrevistas abertas com especialistas na Ãrea. Os registros histÃricos dos casos humanos foram recuperados somente a partir de 1935 e perÃodos de intensa atividade e outros de quiescÃncia foram identificados. Destaca-se que na dÃcada de 1980 a peste persistiu, atà 1986, de forma endÃmica na Serra da Ibiapaba. No perÃodo de 1982 a 1985 ocorreu um surto na Serra de Baturità tendo sido confirmados 89 casos humanos, registrada elevada densidade populacional de roedores e verificado considerÃvel incremento das aÃÃes do programa. Na dÃcada de 1990 apenas trÃs casos humanos foram confirmados na Serra da Ibiapaba e em 2005 mais um caso foi confirmado na Serra da Pedra Branca. O declÃnio dos casos humanos a partir de 1986 levou à reduÃÃo de todas as aÃÃes. Por vÃrias dÃcadas as aÃÃes do Programa de Controle da Peste (PCP) incluÃam educaÃÃo em saÃde, busca ativa de atividade pestosa e coleta de espÃcimes para anÃlises bacteriolÃgicas e sorolÃgicas. InquÃritos sorolÃgicos em carnÃvoros domÃsticos (cÃes e gatos) predadores de roedores foram introduzidos na rotina do PCP em 1989 visando o monitoramento da circulaÃÃo da Y. pestis e se revelou a ferramenta mais eficaz para detecÃÃo da atividade da zoonose. Foram detectados picos de positivaÃÃo em 1997, 2001 e 2005, e mesmo assim essa atividade vem sendo enfraquecida no estado e a recomendaÃÃo atual à restringir os inquÃritos sorolÃgicos apenas a amostras caninas. Os focos do Cearà estÃo localizados nos complexos ecolÃgicos das Serras de BaturitÃ, do Machado, das Matas, da Pedra Branca, de Uruburetama, da Ibiapaba e Chapada do Araripe. As aÃÃes inicialmente desenvolvidas nos focos como unidade ecolÃgica, apÃs a divisÃo polÃtico/administrativa das Ãreas, com a descentralizaÃÃo, passaram a ser organizadas em nÃvel de Regionais. Os focos do Cearà destacam-se como os mais importantes no Brasil, tanto pela ocorrÃncia de casos humanos quanto pela evidÃncia de circulaÃÃo permanente da bactÃria. A persistÃncia da peste no estado deve, pois, ser considerada uma ameaÃa real e permanente de acometimento humano nessas regiÃes, que pode estender-se para outros lugares, inclusive centros urbanos, tornando-se imperativo que os profissionais de saÃde estejam preparados. Por isso, para garantir o monitoramento dos focos na totalidade, torna-se imprescindÃvel a manutenÃÃo da vigilÃncia na perspectiva de foco, para permitir a adoÃÃo de medidas de controle adequadas para proteÃÃo das populaÃÃes humanas nas Ãreas focais

ASSUNTO(S)

prevenÃÃo de doenÃas controle epidemiologia saude publica peste cearÃ. plague diseases prevention control epidemiology cearÃ.

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