Pesquisa de infecção por rickettsias do grupo da febre maculosa em humanos, cães e eqüídeos e em adultos de Amblyomma cajennense, em área endêmica e não endêmica do estado de São Paulo / Detection of Rickettsia of the Spotted Fever Group in humans, canine, equine and in Amblyomma cajennense adult ticks of an endemic and non endemic área of São Paulo state

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

A febre maculosa, doença de caráter endêmico, já foi diagnosticada em vários estados brasileiros. Em São Paulo a doença é considerada endêmica em algumas regiões e não endêmica ou desconhecida na maior parte do estado. Com o objetivo de estudar a epidemiologia da febre maculosa em regiões consideradas endêmica e não endêmica do estado de São Paulo, foram colhidos carrapatos das pastagens e amostras de sangue de seres humanos, cães e equídeos que viviam em propriedades rurais dos municípios de Pedreiras, (região endêmica); Pirassununga, Sorocaba e Cotia (não endêmica). A colheita de carrapato e de sangue foi efetuada no período de novembro de 2000 a março de 2001, época de predomínio do estágio adulto de ixodideos do gênero Amblyomma na região. Foram colhidos 686 amostras de carrapatos, 50 amostras de sangue de seres humanos, 28 eqüinos, quatro asininos e 16 caninos de região endêmica e 658 amostras de carrapatos, 16 amostras de sangue de seres humanos, 48 eqüinos e cinco caninos de região não endêmica. Os carrapatos foram examinados pelo teste de hemolinfa e pela nested reação em Cadeia da Polimerase (n-PCR). A amplificação de uma região do gene que codifica uma proteína interna de membrana de 17 kDa pela n-PCR, foi utilizada para a detecção do gênero Rickettsia spp nos carrapatos. De um total de 686 amostras de carrapatos de região endêmica, foram encontrados 34 amostras positivas (4,9%) e de 658 amostras de carrapatos de região não endêmica, foram encontrados seis amostras positivas (0,9%). O seqüenciamento de um fragmento de 232 pares de bases do gene 17 kDa efetuados em duas amostras de região endêmica e seis de região não endêmica demonstraram homologia em 100% com a Rickettsia felis. Foi realizada a reação de imunofluorescência indireta (IFI) nos soros sangüíneos utilizando-se antígenos brutos de superfície de Rickettsia rickettsii. Foram considerados positivos soros com títulos superiores a 64. Nenhuma amostra de soro de seres humanos de região endêmica e não endêmica apresentou sorologia positiva. 17 (65,3%) amostras de soros de eqüinos, de região endêmica, apresentaram sorologia positiva, com titulação máxima de 4096. Apenas uma (2,0%) amostra de soro eqüino de região não endêmica apresentou sorologia positiva, com titulação de 128. Cinco (31,2%) amostras de soros de cães de região endêmica apresentaram sorologia positiva, com titulação máxima de 512. Não foi detectada sorologia positiva para cães de região não endêmica. Os títulos elevados da sorologia de cães e eqüinos de região endêmica sugerem indiretamente a circulação de Rickettsia rickettsii nesta localidade. A vigilância epidemiológica em regiões não endêmicas é de grande importância visto que são consideradas vulneráveis a futuros casos de febre maculosa.

ASSUNTO(S)

rickettsia epidemiologia rickettsia febre maculosa epidemiology spotted fever

Documentos Relacionados