Perfilamento de metabólitos secundários, prospecção química e estudos quimiotaxonômicos de fungos endófitos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A produção de metabólitos secundários por fungos endófitos de diferentes plantas foi investigada em dois conjuntos de experimentos. No primeiro, 56 fungos pertencentes aos gêneros morfologicamente semelhantes Phomopsis e Cytospora foram submetidos ao cultivo e extração dos metabólitos em micro-escala, seguida do perfilamento dos extratos por CLAE-DAD e CLAE-DAD-EM. Os metabólitos detectados foram caracterizados pelos respectivos índices de retenção e espectros de absorção na região do UV e os perfis obtidos foram usados para a classificação dos fungos em quimiotipos. Os dados de espectrometria de massas de alta resolução foram usados na desreplicação dos metabólitos majoritários característicos de cada quimiotipo definido. Trinta e sete fungos foram agrupados em cinco quimiotipos distintos, cinco exibiram perfis únicos e não foram agrupados em quimiotipos. Quatorze fungos não produziram quantidades detectáveis de metabólitos em seus extratos. O fungo Cytospora sp. fel 302, representante do quimiotipo 5, foi cultivado em maior escala e seu extrato submetido ao fracionamento cromatográfico visando à purificação de seus metabólitos secundários majoritários. No total quatorze metabólitos foram isolados, dentre os quais as citosporonas B, C, D, E, dotiorelonas A, B, C, H, e os metabólitos inéditos citosporonas O, P e Q. Três metabólitos coloridos não puderam ser identificados e foram denominados de amarelos 1 e 2 e vermelho. A análise multivariada de classificação, realizada com os dados obtidos durante o perfilamento dos extratos, confirmou a classificação dos fungos em cinco quimiotipos. Em um segundo conjunto de experimentos, os extratos brutos de uma coleção de 36 fungos endófitos, pertencentes a diferentes espécies, foram submetidos a uma triagem por meio de bioensaios de citotoxidade contra células de leucemia linfóide crônica. Vinte e um extratos foram tóxicos às células leucêmicas em concentrações inibitórias mínimas variando de 50 a 6,25 mg/200 mL de suspensão de células. O extrato do fungo Libertella sp. cml 1671 foi capaz de inibir as células leucêmicas em uma concentração de 24,4 ng/200 mL. O fungo Libertella sp. cml 1671 foi cultivado em maior escala e parte do extrato foi submetido ao microfracionamento por CLAE semipreparativa. As frações foram re-submetidas aos bioensaios de citotoxidade contra células de leucemia e aquela de número 54 mostrou-se a mais ativa. A análise por CLAE-DADEM, e posterior desreplicação, da fração 54 indicou a presença de um metabólito majoritário, cuja fórmula molecular calculada correspondeu a duas citocalasinas isoméricas, escoparasina A e fenocalasina B. O restante do extrato bruto do fungo Libertella sp. cml 1671 foi submetido ao fracionamento cromatográfico e três substâncias, contendo a mesma fórmula molecular do metabólito majoritário da fração bioativa 54, foram purificadas e identificadas: escoparasina A, fenocalasina B e o isômero D6,12 da escoparasina A. Novos bioensaios serão realizados para determinação de quais dos metabólitos isolados são os responsáveis pela citotoxidade contra células de leucemia linfóide crônica.

ASSUNTO(S)

química teses. fungos endofíticos teses. química orgânica teses. produtos naturais teses. quimiotaxonomia vegetal teses.

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