Perfil e ações gerenciais dos(as) dirigentes dos Cursos de Enfermagem dos Centros Universitários e Universidades do Estado de Minas Gerais

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Na última década houve grande expansão da Educação Superior, principalmente no ensino privado, com significativo crescimento de novos cursos e faculdades, incentivado pelo Ministério da Educação. A ampliação dos cursos de graduação em Enfermagem faz parte deste cenário e resulta em aumento da oferta de vagas para enfermeiros na docência do Ensino Superior e na direção desses cursos. Em relação à função de dirigente há exigência de qualificação técnica na área de Enfermagem e titulação, de acordo com os critérios de avaliação da Educação Superior no Brasil. O dirigente ocupa função estratégica nas Instituições de Educação Superior (IES), sendo responsável pelos resultados pedagógicos e administrativos do curso. Neste sentido, optou-se por realizar um estudo de caso objetivando identificar o perfil e as ações gerenciais dos dirigentes de graduação de Enfermagem dos Centros Universitários e Universidades do Estado de Minas Gerais. Os dados foram coletados, pela própria pesquisadora, através de entrevista com os dirigentes dos cursos de Enfermagem de 35 Universidades e 11 Centros Universitários no Estado, sendo 13% instituições públicas e 87% instituições privadas. Os dados relacionados ao perfil, que compõem a parte quantitativa do estudo, foram organizados em gráficos e tabelas e as informações qualitativas referentes às ações gerenciais submeteram-se à análise de discurso, da qual emergiram 02 (duas) categorias: A trajetória dos dirigentes dos cursos de graduação em enfermagem e as atribuições desses profissionais. Os resultados aferidos mostram que 89,1% dos dirigentes são do sexo feminino, predominando a faixa etária de 30 a 49 anos (65,1%), sendo 93,4% enfermeiros e 6,6% outros profissionais. Do total de entrevistados, 50% são mestres ou doutores e 54,4% têm outro vínculo de trabalho na área de saúde ou educação, além de dirigente de curso de Enfermagem. Quanto à experiência profissional e vínculo com as IES foi possível verificar que 43,4% exercem a função de dirigente há menos de um ano; 60,8% trabalham em regime de tempo integral; 52,1% possuem menos de cinco anos no magistério superior e 91,3% possuem mais de cinco anos de exercício profissional. O acesso à função de dirigente se deu por convite, indicação, eleição e outros processos seletivos segundo a realidade local e filosofia das IES, sendo levada em consideração a experiência como enfermeiro ou docente. Não há exigência de capacitação gerencial na área de educação para assumir esse cargo ou no exercício do mesmo, visto que é relativamente pequeno o percentual de mestres e doutores. Os dirigentes exercem várias atividades relacionadas ao curso, desde planejamento, relações com alunos e familiares e controle de aspectos relativos à infra-estrutura de funcionamento, apresentando pouca habilidade para delegar, ficando com escassez de tempo dedicado aos planejamentos. Alguns dirigentes participam dos órgãos deliberativos das IES, apesar de centrarem suas preocupações em ações cotidianas da área e em pesquisa. Este estudo evidenciou que os dirigentes nos cursos de graduação em Enfermagem no Estado de Minas Gerais são pouco qualificados para a gerência, assim como não cumprem a rigor todos os requisitos exigidos pelos órgãos de avaliação do MEC. Essa situação se agrava mais ainda diante da rápida e contínua expansão dos cursos de Enfermagem no Estado de Minas Gerais.

ASSUNTO(S)

escolas de enfermagem/ organização &administração decs docente de enfermagem/ estatística &dados numéricos decs uestionários decs erência decs entrevistas decs credenciamento decs

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