Perfil da indicação de analgésicos opióides em recém-nascidos em ventilação pulmonar mecânica

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal de Pediatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2003-02

RESUMO

Objetivo: identificar fatores que levaram os médicos a prescreverem opióides a recém-nascidos em ventilação mecânica. Método: estudo retrospectivo de pacientes em ventilação mecânica por cânula traqueal, por mais de 1 hora, internados em UTI neonatal entre janeiro de 1995 a junho de 1997. Nesse período, 203 recém-nascidos preencheram o critério de inclusão, recuperando-se 176 prontuários. Os prontuários foram analisados quanto a dados demográficos, características da analgesia e do suporte ventilatório, procedimentos invasivos realizados e entidades mórbidas diagnosticadas durante o período de ventilação. Para entender os fatores que determinaram o uso da analgesia em parte dessa população, utilizou-se a análise discriminante. Resultados: Nos 97 pacientes que receberam > 1 dose de opióides durante a ventilação, a analgesia foi iniciada, em média, até 24 horas após o início da ventilação. As escalas de avaliação da dor não foram usadas em nenhum paciente e, em 63%, não havia relato do motivo para a analgesia. A análise discriminante mostrou que as variáveis que diferenciaram os grupos submetidos ou não à analgesia foram: peso ao nascer, idade gestacional, índice de oxigenação e número de punções arteriais. Os neonatos com maior chance de receberem alguma dose de opióide durante a ventilação foram os de peso mais elevado, idade gestacional mais avançada, índice de oxigenação mais acentuado no início da ventilação e maior necessidade de gasometrias, ou seja, os bebês mais maduros e com doença respiratória mais grave. Conclusão: os médicos não levam em conta a dor propriamente dita e nem a avaliam para decidirem pela necessidade de analgesia no neonato em ventilação

ASSUNTO(S)

dor recém-nascido analgesia

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