Perfil da dor Neuropática: a propósito do exame neurológico mínimo de 33 pacientes
AUTOR(ES)
Resende, Marco Antonio Cardoso de, Nascimento, Osvaldo José Moreira, Rios, Anna Amélia Silva, Quintanilha, Giseli, Ceballos, Luís Eduardo Sacristan, Araújo, Fernando Paiva
FONTE
Revista Brasileira de Anestesiologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010-04
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Há poucos textos na literatura a lidar com o exame neurológico do paciente com dor neuropática (DN). O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil de pacientes com DN através de exame clínico neurológico. MÉTODO: Em estudo observacional, uma série de casos de pacientes com DN foi acompanhada no período de um ano. A avaliação do exame neurológico foi efetuada durante visita ao ambulatório e através de análise prospectiva. Foram incluídos pacientes cuja intensidade da dor era igual ou maior que seis, segundo a Escala Analógica Visual. RESULTADOS: A dor em queimação predominou como descritor em 54,5% dos pacientes. A polineuropatia foi o padrão clínico-topográfico predominante (48%) com padrão distal e simétrico, em oposição a quadros de neuropatia multifocal (15,15%). As modalidades termoalgésica e tátil do exame de sensibilidade foram as mais comprometidas, logo acompanhadas por alterações motoras e reflexos profundos, enquanto modalidades de sensibilidade proprioceptiva vieram a seguir. Apesar de nenhum sinal ou sintoma ser específico de DN, a queimação como sintoma costuma ser atribuída ao acometimento de fibras finas, assim como o padrão típico destas é a alteração térmico-dolorosa. CONCLUSÕES: A história e os achados do exame físico são a chave para o diagnóstico de DN. O registro das alterações encontradas ao exame deve ressaltar o comprometimento observado e assim nortear a abordagem diagnóstica e terapêutica, se curativa ou paliativa.