Perfil conceitual de morte e a abordagem pedagógica do ciclo de vida, no ensino de ciências

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O estudo apresentado nessa tese é o resultado de uma pesquisa que teve como objetivo geral a tarefa de realizar a construção de um Perfil Conceituai de Morte e a identificação da interferência da abordagem pedagógica desenvolvida pelos professores para a temática Ciclo de Vida, no Ensino de Ciências, no Ensino Fundamental, para a construção, reconstrução e tomada de consciências das zonas deste Perfil. O Perfil Conceituai comporta a noção de que um conceito pode ter uma diversidade de significados usados de acordo com um contexto e que, por conseguinte, para garantir o sucesso do processo de ensinar e aprender, ao planejar uma determinada abordagem pedagógica, o professor deverá considerar esta diversidade. Num primeiro momento, tendo como hipótese de trabalho que o conceito de Morte comporta um perfil, os esforços despendidos trataram de dar conta, simultaneamente, da construção do questionário de coleta de dados e de um referencial teórico sobre o conceito em questão. Na seqüência, foram realizadas as análises dos dados empíricos que garantiram a identificação das zonas do Perfil e a localização destas em termos teóricos. Para a obtenção dos dados empíricos aplicamos um questionário aos acadêmicos dos vários períodos dos Cursos de Ciências Biológicas, Ciências Sociais, Medicina e Pedagogia e aos alunos da 7a série, do Ensino Fundamental. Com esses alunos também foi realizada uma abordagem pedagógica do Ciclo de Vida. Assim sendo, foi possível identificar para o conceito de Morte, na teoria e na empina, três zonas, quais sejam: zona naturalista, zona religiosa e zona relacionai. A zona naturalista exprime uma concepção de Morte como fenômeno organicista, ou seja, algo natural, resultado de uma condição que é ou está inerente ao organismo vivo. A zona religiosa, por sua vez, encerra uma compreensão de Morte como algo que resulta da vontade divina e representa uma passagem para a vida eterna. Por fim, a zona relacional é evidenciada por concepções que negam, ocultam a Morte, ou seja, atribuem à ela uma condição de fatalidade, algo que não deveria existir. Ao admitirmos a existência de uma diversidade de zonas para um único conceito, no caso a Morte, faz-se necessário também que admitamos a necessidade de escolarização do conceito, bem como a diversidade e a heterogeneidade de abordagens que deverão passar a compor os processos de ensinar e de aprender, sem, no entanto, superficializar ou relativizar a função pedagógica das instituições educacionais e/ou o processo de aquisição do conhecimento. Nesse sentido, defendemos que o desenvolvimento de abordagens pedagógicas que contemplem a Condição Humana, o Encontro com o Outro e o Respeito à Diversidade, se tornam excelentes possibilidades para a promoção e significação do conceito de Morte, no Ensino de Ciências.

ASSUNTO(S)

educação  teses ciclo vital humano tanatologia morte vida ciência estudo e ensino

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