Pelo vigor do palhaço

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Este trabalho trata da arte do palhaço naquilo em que a arte pode acordar algo de morto no vivo. Trata também do apreço que a cultura contemporânea nutre pelo riso e pelo humorismo no século XXI. Para isso, construímos nosso signo de arte no palhaço com a ajuda da teoria dos signos em Deleuze &Guattari, bem como da observação de espetáculos, cenas e acontecimentos cômicos de palhaços, além da própria experiência da pesquisadora com a linguagem. O humor do palhaço se faz na quebra com as expectativas, na trapaça aos planos de referência e aos planos habituais, e na coragem de se expor ao fracasso e à desilusão. Chegamos à conclusão de que a incorporação cega ao culto do humor de azeite social é uma armadilha para o artista cômico, mas que o vigor do signo de arte e provocação do risível é independente da sociedade humorística. O riso precisa do caminho de referência, para poder quebrar. Viver sem o plano de referência é a ilusão contemporânea do homem evolutivo, que acha que é possível substituir a vivência do plano de referência pela flexibilidade que não leva nada a sério. Mas para o humorista, até este plano da flexibilidade é digno de piada quando ele se torna um plano de referência. O efeito de um riso de palhaço é tal qual o efeito dos ratos pretos que saltitam dos becos escuros nos filmes de terror, e sua arte é talvez de uma ordem quase acidental. Este trabalho pretende assim fazer valer o que de vigor tem no palhaço como signo de arte e assim contribuir para as discussões sobre o riso e o humor no contemporâneo, bem como suas implicações clínicas, políticas e estéticas. Apresentamos junto com a tese um DVD com cenas de alguns palhaços citados, que marcam o tipo de reflexão que se confere na tese

ASSUNTO(S)

palhacos art laughter humor sociedade humorística teatro riso clown theatre arte psicologia humorismo humour humouristic society

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