Parricídio e indústria cultural : reflexões sobre a violência na sociedade administrada / Parricide and culture industry: reflections about the violence in the administrated society
AUTOR(ES)
Flavia Maria Soares Pereira da Silva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005
RESUMO
Essa pesquisa busca refletir sobre o tratamento dado por um dos veículos da indústria cultural o jornal impresso - ao parricídio, na atualidade. Pretende analisar se as tendências que são reveladas no discurso jornalístico correspondem ao próprio desenvolvimento da sociedade e possibilitam, em última instância, a denúncia do estado de empobrecimento dos vínculos afetivos que se configuram no mundo moderno e que são fundamentais para a experiência formativa. A análise empreendida tem na teoria crítica da sociedade, em especial a obra de T. Adorno e M. Horkheimer, a sua principal fonte de embasamento teórico. Uma das principais premissas que norteiam a elaboração da pesquisa refere-se ao entendimento de que a compreensão do parricídio deve considerar aspectos que se referem não apenas ao ato em si, mas à forma como os homens vêm estabelecendo a relação com a cultura, com as figuras parentais, com o núcleo familiar. É nessa perspectiva que se retoma o diálogo que os teóricos críticos citados estabeleceram com a compreensão freudiana de cultura. Aborda ainda os entraves no processo formativo e no processo de socialização, os quais se acentuam pela dinâmica presente na sociedade administrada. Esses elementos encontram-se nas reflexões realizadas na primeira parte do trabalho. A segunda parte da pesquisa trata da relação entre indústria cultural, subjetividade e parricídio. A divulgação realizada pelo jornal A Folha de São Paulo acerca de um caso de parricídio é apresentada e, a partir da análise da mesma, se evidencia o empobrecimento dos vínculos afetivos, o estado regressivo e a violência que marca e constitui a sociedade atual e que se afirma e é retroalimentada na própria forma de atuação da indústria cultural. Considera-se, finalmente, que a indústria cultural tende, em suas exposições, a culpabilizar exclusivamente o indivíduo que comete o ato parricida. Ao fazê-lo, retira as possibilidades de crítica à uma sociedade que se sustenta, cada vez mais, na exigência da integração à totalidade, na adaptação total ao mundo objetivo. Nesse movimento, as experiências formativas ficam comprometidas; o reconhecimento do processo de empobrecimento afetivo que marca a sociedade administrada fica obstacularizado, bem como as possibilidades de se construir formas de resistência e superação desse estado
ASSUNTO(S)
parricídio jornais formation teoria crítica da sociedade indústria cultural critical social theory culture industry parricide psicologia social formação administrated society sociedade administrada violência
ACESSO AO ARTIGO
http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1046Documentos Relacionados
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