Parasitoses intestinais em portadores de HIV/AIDS nas eras prà e pÃs terapia anti-retroviral potente / Enteric parasitic infections in HIV/aids-patients before and after the highly active antiretroviral therapy

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Desde os primeiros casos de AIDS descritos, alta prevalÃncia de diarrÃia de etiologia parasitÃria era reportada; antes da terapia anti-retroviral potente (HAART), era elevada a prevalÃncia de enteroparasitos em portadores de HIV/AIDS no Brasil. Com o advento da HAART, isto tem se modificado. O objetivo deste trabalho foi determinar a prevalÃncia de parasitos intestinais em portadores de HIV/AIDS atendidos no Hospital SÃo Josà de DoenÃas Infecciosas e no Hospital UniversitÃrio Walter CantÃdio, em Fortaleza-CE, nas eras prÃ-terapia anti-retroviral potente â HAART (janeiro de 1990 a marÃo de 1995), retrospectivamente, e pÃs-HAART (setembro de 2005 a janeiro de 2007), de forma prospectiva, e comparar os achados dos dois perÃodos. A populaÃÃo do estudo foi composta de 2 grupos de portadores de HIV/AIDS, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos: GRUPO I â 482 pacientes da era prÃ-HAART e GRUPO II â 100 pacientes da era HAART. A metodologia consistiu na realizaÃÃo de exame parasitolÃgico de fezes em 01 amostra fecal fresca obtida de cada paciente, sendo executadas as seguintes tÃcnicas: exame direto, a fresco e com lugol; mÃtodo de Lutz; mÃtodo de Baermann-Moraes modificado e coloraÃÃo de Ziehl-Neelsen modificada. Foram lidas de 8 a 10 lÃminas por amostra fecal. Os resultados obtidos no GRUPO I revelaram prevalÃncia geral de enteroparasitos de 63,9%, sendo encontrados: ancilostomÃdeosâ13,7%, Ascaris lumbricoidesâ15,6%, Strongyloides stercoralisâ30,1%, Trichuris trichiuraâ13,1%, Cryptosporidium sp.â8,1%, Entamoeba histolytica/disparâ3,3%, Giardia duodenalisâ7,9%, Isospora belliâ4,8%, alÃm das espÃcies nÃo patogÃnicas Chilomastix mesnilii-0,6%, Entamoeba coli-17%, Endolimax nana-7,3% e Iodamoeba butschilii-7,1%. No GRUPO II a prevalÃncia geral foi de 24%, sendo detectados: ancilostomÃdeosâ2%, A. lumbricoidesâ2%, S. stercoralisâ11%, T. trichiura, Hymenolepis nana, E. histolytica/dispar, G. duodenalis e I. belli â cada uma destas espÃcies em 1% da amostra, alÃm dos nÃo patogÃnicos Entamoeba coliâ8%, Endolimax nanaâ3% e Iodamoeba butschiliiâ3%; o coccÃdio Cryptosporidium sp. nÃo foi detectado neste grupo. Houve reduÃÃo significante (p<0,0001) na prevalÃncia geral de enteroparasitos na era HAART em relaÃÃo à era prÃ-HAART. Os seguintes parasitos tiveram a prevalÃncia reduzida significativamente na era HAART em relaÃÃo à era prÃ-HAART (p<0,05): Strongyloides stercoralis, Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, ancilostomÃdeos, Cryptosporidium sp. e Giardia duodenalis. O estudo revelou que, na era HAART, os pacientes estÃo menos sujeitos Ãs enteroparasitoses, provavelmente, por influÃncia dos seguintes fatores: uso da terapia anti-retroviral potente, utilizaÃÃo de quimioprofilÃticos, melhor manejo clÃnico e melhor conscientizaÃÃo dos pacientes em adotar medidas de prevenÃÃo contra parasitos intestinais. O trabalho ressalta a importÃncia da realizaÃÃo periÃdica do exame parasitolÃgico de fezes para portadores de HIV/AIDS, principalmente Ãqueles que se encontram com baixa contagem de linfÃcitos T CD4+, mais sujeitos a algumas parasitoses e Ãs complicaÃÃes decorrentes das mesmas.

ASSUNTO(S)

terapia anti-retroviral de alta atividade hiv parasitos intestinais terapia anti-retroviral sÃndrome de imunodeficiÃncia adquirida parasitos infecÃÃes por hiv acquired immunodeficiency syndrome parasitologia hiv enteric parasites antiretroviral- therapy

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