Papéis ocupacionais e pessoas com deficiências físicas: independência, tecnologia assistiva e poder aquisitivo

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/07/2012

RESUMO

Teve-se por objetivo verificar se existe associação entre os papéis ocupacionais, a independência, o poder aquisitivo, a idade, o tempo de deficiência e a tecnologia assistiva na vida de pessoas com deficiências físicas residentes na cidade de São Carlos. Para isso, buscou-se comparar se existe variação no número de papéis ocupacionais nos três tempos (passado/presente/futuro), de acordo com o sexo e em dois grupos (adultos e idosos); descrever os padrões de desempenho dos papéis ocupacionais (ausência, continuidade, perda, ganho dos papéis); identificar quais são os recursos de tecnologia assistiva que esses sujeitos possuem e como ocorreu a aquisição dessas tecnologias, sua usabilidade e abandono; e identificar o conhecimento dos sujeitos acerca das políticas de concessão de tecnologias. A partir de uma pesquisa transversal, com amostra de conveniência, foram selecionados 91 sujeitos, com idades variando de 18 a 93 anos, cadastrados em Unidades de Saúde da Família, com algum tipo de deficiência física. Subdividiu-se a amostra em adultos (n=34) e idosos (n=57) a fim de comparação dos resultados entre os grupos. Os instrumentos da coleta de dados foram a Lista de Identificação de Papéis Ocupacionais, o Índice de Barthel Modificado, o Critério de Classificação Econômica Brasil e um Formulário, elaborado pelo pesquisador. Para a análise dos dados utilizou-se a abordagem quantitativa, com análise descritiva, ANOVA com Medidas Repetidas e a Análise de Correspondência. Como resultados, identificou-se que os sujeitos apresentaram um repertório considerável de tecnologias, em sua maioria, adquiridas com recursos próprios ou por doações. Boa parte dessas tecnologias poderiam ser concedidas pelo programa de concessão do Governo Federal, entretanto, a lista de tecnologias identificada na presente pesquisa sugere que esses sujeitos também fazem uso, bem como necessitam de outras tecnologias não previstas no programa de concessão. Pôde-se observar uma tendência em relação à dependência dos sujeitos, sendo que tal tendência segue uma ordem de maior dependência para independência total. Para a tecnologia assistiva, observou-se que as classes com menor número de tecnologia estiveram associadas às classes independentes e aquelas com maior número às classes de alguma dependência. Com relação ao poder aquisitivo, notou-se que as classes D e C1 estiveram mais associadas à menor dependência, já as classes B1, B2 e C2 a uma dependência intermediária e a classe A2, embora com baixa frequência e pouca explicação, associada a uma dependência mais elevada. Cabe destacar que embora a tecnologia não estivesse associada diretamente com a independência, esta última mostrou associação com um maior número de papéis ocupacionais, o que requer um olhar para as questões de independência, ao se considerar a tipologia de papéis ocupacionais e de que forma essa independência transita entre os papéis no cotidiano desses sujeitos. São apontadas implicações, a fim de incrementar ações desenvolvidas no âmbito da saúde da pessoa com deficiência e no aprimoramento das políticas públicas voltadas para essa população.

ASSUNTO(S)

terapia ocupacional políticas públicas pessoas com deficiências tecnologia assistiva papel (figurativo) atividades cotidianas equipamentos de autoajuda atividades cotidianas autonomia pessoal população de baixa renda educacao especial occupational therapy self-help devices activity of daily living public policies disabled persons role personal autonomy poverty

Documentos Relacionados