Palma forrageira, bagaço de cana-de-açúcar e uréia para novilhas e vacas leiteiras / Forage cactus, sugar cane bagasse and urea for heifers and lactating cows

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A presente tese foi desenvolvida a partir de quatro trabalhos. No primeiro, foram utilizadas cinco vacas da raça Girolando, multíparas, com média de produção de leite de 12,0 kg/dia, distribuídas aleatoriamente em delineamento quadrado latino 5 x 5, com cinco animais, cinco períodos e cinco tratamentos, objetivando-se avaliar a associação da palma forrageira ao bagaço de cana-de-açúcar e a uréia sobre o desempenho de vacas leiteiras suplementadas ou não. A ração controle (sem suplemento) foi composta de 67,4% de palma forrageira, 27,9% de bagaço de cana-de-açúcar, 2,7% de mistura uréia:sulfato de amônio (9:1) e 2,0% de mistura mineral, em base da matéria seca (MS), sendo as vacas suplementadas com base na produção de leite (1,0 kg de suplemento/6,0 kg de leite). Os suplementos caracterizaram os tratamentos, juntos ao tratamento testemunha (controle), sendo: farelo de trigo, farelo de soja, farelo de algodão ou caroço de algodão. A proporção dos ingredientes nas rações experimentais para os animais suplementados foi, em média, 61,4% de palma forrageira, 25,3% de bagaço de cana-de-açúcar, 2,5% de mistura uréia:sulfato de amônio (9:1), 1,8% de mistura mineral e 9,0% de suplemento, em base da MS. Não observaram-se, entre os animais suplementados, diferenças significativas (P>0,05) para o consumo de matéria seca (CMS) (kg/dia ou %PV) e consumo de matéria orgânica (CMO). Os animais que não receberam suplementação apresentaram consumo de nutrientes digestíveis totais (CNDT) inferior (P<0,05) apenas aos que receberam farelo de soja como suplemento. Em relação aos coeficientes de digestibilidade da MS, matéria orgânica (MO) e proteína bruta (PB), não observou-se efeito da suplementação (P>0,05), quando comparado à dieta controle. A dieta controle proporcionou produção de leite corrigida para 4,0% de gordura (PLCG) de aproximadamente 10,0 kg/dia. A suplementação com farelo de soja, farelo de algodão ou caroço de algodão aumentou (P<0,05) a produção de leite com e sem correção para o teor de gordura. Os animais que não receberam suplemento (controle) apresentaram eficiência de utilização da MS inferior (P<0,05) apenas aos suplementados com caroço de algodão e eficiência de utilização do nitrogênio ingerido semelhante (P>0,05) aos suplementados com farelo de trigo ou caroço de algodão. A suplementação com o caroço de algodão melhorou a eficiência de utilização da MS, e a suplementação com farelo de algodão ou com farelo de soja, embora proporcionem aumento na produção de leite, reduz a eficiência de utilização do nitrogênio. No segundo trabalho, objetivou-se avaliar a associação da palma forrageira ao bagaço de cana-de-açúcar e a uréia sobre o desempenho de vacas leiteiras primíparas de baixo potencial produtivo, suplementadas ou não. Utilizaram- se cinco vacas da raça Girolando, primíparas, com média de produção de leite de 7,0 kg/dia, distribuídas aleatoriamente em delineamento quadrado latino 5 x 5, com cinco animais, cinco períodos e cinco tratamentos. Os tratamentos foram os mesmos usados no primeiro trabalho. A proporção dos ingredientes nas rações experimentais para os animais suplementados foi, em média: 62,7% de palma forrageira, 26,0% de bagaço de cana-de-açúcar, 2,5% de mistura uréia:sulfato de amônio (9:1), 1,9% de mistura mineral e 6,9% de suplemento, em base da MS. Não foram observadas diferenças significativas (P>0,05) para o CMS (kg/dia e %PV) e para o CMO, em média 13,0 kg, 3,0% e 11,8 kg, respectivamente. Os coeficientes de digestibilidade aparente da MS, MO, PB, extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN), carboidratos não-fibrosos (CNF) e teores de nutrientes digestíveis totais (NDT), não foram influenciados (P>0,05) pelas dietas, sendo em média 60,5; 65,0; 71,3; 84,2; 44,4; 81,3 e 61,5%, respectivamente. As diferentes fontes de suplemento proporcionaram desempenho semelhante (P>0,05) para produção de leite com ou sem correção para o teor de gordura, sendo em média 7,0 e 7,4 kg/dia, respectivamente. A suplementação com caroço de algodão aumentou a eficiência de utilização da MS, e a suplementação com farelo de algodão diminuiu a eficiência de utilização do nitrogênio ingerido. No terceiro trabalho, avaliou- se a associação da palma forrageira ao bagaço de cana-de- açúcar e a uréia sobre o desempenho de novilhas leiteiras suplementadas ou não. Utilizou-se 25 novilhas da raça Girolando, com PV médio 227,5 kg, mantidas em regime de confinamento, distribuídas em delineamento experimental de blocos ao acaso, estabelecidos de acordo com o peso dos animais, com cinco blocos e cinco tratamentos. A ração controle foi composta de 64,0% de palma forrageira, 30,0% de bagaço de cana-de-açúcar, 4,0% de mistura uréia:sulfato de amônio (9:1) e 2,0% de mistura mineral, em base da MS, sendo as novilhas suplementadas com base no peso vivo (0,5% do PV). Os suplementos caracterizaram os tratamentos, juntos ao tratamento testemunha (controle). Os suplementos testados foram os mesmos citados para os experimentos 1 e 2. A proporção dos ingredientes nas rações experimentais para os animais suplementados foi: 57,0% de palma forrageira, 26,0% de bagaço de cana-de-açúcar, 3,5% de mistura uréia:sulfato de amônio (9:1), 1,8% de mistura mineral e 11,7% de suplemento, em base da MS. A suplementação com farelo de algodão ou farelo de soja aumentou (P<0,05) o CMS e, consequentemente, os consumos de MO, PB e CNF, quando comparados ao tratamento sem suplementação (controle). Não observaram- se diferenças significativas (P>0,05) entre os animais suplementados para o CNDT. Não houve influência (P>0,05) dos tratamentos sobre as digestibilidades da MS, MO, PB e CNF, sendo os valores médios de 60,9; 63,1; 77,9 e 82,9%, respectivamente, e sobre o teor de NDT das dietas, em média 58,1%. Não foram observadas diferenças significativas (P>0,05) para o ganho em peso (GP) e conversão alimentar (CA) entre os animais suplementados. A utilização da palma forrageira associada ao bagaço de cana-de-açúcar e a uréia, nas proporções verificadas, permite GP próximo de 430 g/animal/dia. A suplementação com farelo de soja, farelo de algodão ou caroço de algodão melhorou o GP e a CA. No quarto trabalho, avaliou-se o balanço de compostos nitrogenados e a produção de proteína microbiana nos animais utilizados no terceiro experimento. O balanço de nitrogênio não foi influenciado (P>0,05) pelos tratamentos, apresentando valor médio de 49,3 g/dia. A suplementação com o farelo de algodão ou com o farelo de soja aumentou (P<0,05) a excreção de nitrogênio na urina, a concentração de uréia e nitrogênio uréico no plasma e a excreção urinária de uréia e nitrogênio uréico. A associação da palma forrageira ao bagaço de cana-de-açúcar e a uréia, sem o uso de suplementos, permite eficiência de síntese microbiana de 105,0 gPBmic/kg de NDT consumido, podendo garantir razoável desempenho animal. A suplementação com caroço de algodão proporciona maior excreção urinária de alantoína e derivados de purinas, e melhor eficiência de síntese microbiana, sendo, portanto, a mais indicada nestas condições.

ASSUNTO(S)

opuntia ficus fibra opuntia ficus fiber síntese microbiana nitrogênio não-protéico nutricao e alimentacao animal performance non-proteic nitrogen microbial synthesis desempenho

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