Padrões de crescimento e diferenciação economica em Santa Catarina
AUTOR(ES)
Alcides Goularti Filho
DATA DE PUBLICAÇÃO
2001
RESUMO
O objeto de estudo desta tese é discutir a formação econômica de Santa Catarina pós-1880. Inicialmente, é feita uma discussão sobre as linhas interpretativas sobre a economia catarinense (formação sócio-espacial, desenvolvimentista-conservadora e schumpeteriana), para em seguida ser construída uma análise com base no crescimento articulado de Santa Catarina dentro do movimento geral da industrialização brasileira. Em seguida, é construí da uma nova periodização que leva em conta a mudança do padrão de crescimento da economia catarinense. A periodização é a seguinte: os anos de 1880 a 1945 caracterizam-se pela origem e crescimento do capital industrial. Nesse período predominava a pequena produção mercantil e a extração da erva-mate, madeira, carvão e as indústrias têxtil e alimentar. Os anos de 1945 a 1962 foram marcados pela diversificação e ampliação da base produtiva. Nessa fuse houve uma ampliação quantitativa dos setores consolidados e uma diversificação para ramos mais dinâmicos como papel e pasta mecânica, metal-mecânico e cerâmico. Esta é uma fuse transitória em que ainda perduram elementos do antigo padrão e elementos de um novo padrão baseado no médio e grande capital industrial. O crescimento acelerado da velha e da nova indústria catarinense começou a ser limitado pelas deficiências na infra-estrutura social básica e pela falta de recursos financeiros. O terceiro período começa depois de 1962 quando há a integração e a consolidação da indústria catarinense. A partir deste momento, o comando da acumulação será determinado pelo grande capital industrial dos setores consolidados e pelo Estado, por meio de planejamento, que furá vultosos investimentos que integrarão a economia catarinense. Pode-se dizer que, até 1962, Santa Catarina tinha uma formação desintegrada, na qual cada mesorregião era especializada num determinado setor com forte ligação à economia nacional. Com as políticas intervencionistas e o fortalecimento do grande capital de origem local, rapidamente as mesorregiões se integraram. O último período inicia-se em 1990 a partir da abertura comercial e financeira e da desregulamentação da economia com o esfacelamento do Estado. Destaca-se também a política das oligarquias catarinenses, que começou na Primeira República sob o manto do positivismo, do liberalismo e do coronelismo e que se estendeu até o final dos anos 70; a origem da mão-de-obra com os colonos, pescadores e caboclos; e a atuação dos sindicatos e dos movimentos populares. Por último, será feita uma análise da dinâmica regional recente, destacando o crescimento nos anos 80, a integração produtiva, o esquema interdepartamental e a diversificação econômica das microrregiões
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