Padrão de sono em modelo experimental de osteoartrite / Sleep pattern in an experimental model of osteoarthritis

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/08/2009

RESUMO

A osteoartrite (OA) é um dos grandes problemas de saúde e a sua prevalência tem aumentado nas últimas décadas. Ela se caracteriza pela degeneração da cartilagem articular e está associada com a dor crônica e os distúrbios de sono. Tem sido demonstrado que a relação entre a dor e o sono produz mudanças no padrão de sono e na percepção da dor. No entanto, os estudos eletrofisiológicos com modelos animais de dor ainda são limitados. Assim, o objetivo do presente estudo foi o de analisar a arquitetura do sono e a sensibilidade dolorosa frente a um estímulo térmico em um modelo experimental de OA em ratos machos Wistar (Artigo 1), além de também avaliar a influência do gênero no padrão de sono e no perfil hormonal (progesterona, estradiol e testosterona) no modelo experimental de OA, tanto em ratos machos como em fêmeas (Artigo 2). Foram implantados eletrodos para registro do eletrocorticograma e do eletromiograma. A OA foi induzida por meio da administração intra-articular de iodoacetato no joelho esquerdo. Os registros de sono, com a duração de 12 horas cada, foram monitorados durante o período claro e escuro, tendo sido avaliados no início do estudo (antes da administração) e nos dias 1, 10, 15, 20 e 28 após a injeção do iodoacetato. Os animais com a OA foram comparados aos grupos SHAM (administração de veículo) e controle (não manipulado). No Artigo 1, avaliou-se ainda, em um grupo adicional de animais e nos mesmos dias, o limiar de dor por meio do teste da placa quente. Os resultados do Artigo 1 demonstraram que a OA induziu a uma redução significativa no limiar da dor térmica a partir do 10 dia até ao final do experimento. As análises dos registros de sono mostraram que os ratos machos OA tiveram alterações no padrão de sono, como a redução da eficiência de sono, do sono de ondas lentas, do sono paradoxal, assim como um aumento do número de despertares durante o período claro, quando comparado com o período basal e com os grupos SHAM e controle. Os resultados do Artigo 2 demonstraram que os ratos OA, independentemente do gênero, apresentaram uma fragmentação no padrão de sono com uma redução da eficiência de sono, do sono de ondas lentas e do sono paradoxal, bem como uma menor duração nos episódios de sono paradoxal. No entanto, os machos, em comparação às fêmeas, apresentaram menor eficiência de sono e de ondas lentas do sono no período escuro. Além disso, a OA afetou os níveis hormonais nos machos, uma vez que as concentrações de testosterona foram significativamente reduzidas em comparação com os grupos controle e SHAM. Nas fêmeas, a progesterona e o estradiol permaneceram inalterados durante o estudo. Os resultados sugeriram que o modelo com a OA acarreta marcantes alterações da arquitetura de sono, tanto nos machos como nas fêmeas, associadas à menos limiar de dor e níveis de hormônios (sexuais).

ASSUNTO(S)

padrão de sono osteoartrite dor crônica gênero ratos psicobiologia sleep pattern

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