Os desafios da sociedade cubana frente à imigração antilhana (1902-1933)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Neste trabalho analisamos o impacto da migração de trabalhadores negros originários do Caribe, que se deslocaram para Cuba para trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar durante as três primeiras décadas do século XX. Logo após a independência da Espanha (1898), Cuba é alimentada pelo capital norte-americano que investe no país através da reconstrução da indústria açucareira. A dependência econômica da maior das Antilhas em relação aos Estados Unidos coloca em xeque o projeto nacional-burguês pautado em questões raciais que priorizava o branco como expressão maior dos valores ideais para o progresso da Nação. A entrada dos trabalhadores negros antilhanos reacende o debate sobre o ideal de imigrantes que deveriam aportar no país e contrapõe os interesses das companies norte-americanas e da burguesia cubana, criando um impasse entre o crescimento econômico que dependia do capital estrangeiro e a manutenção do projeto nacional criollo que excluía o negro. Vimos que a migração dos trabalhadores antilhanos ao mesmo tempo em que despertou e ativou o racismo da burguesia cubana, favoreceu a transculturação, a conscientização do negro através da relação e participação do trabalhador cubano com as manifestações e associações introduzidas em Cuba por haitianos, jamaicanos e demais imigrantes das outras Antilhas. Esses imigrantes dentro da escala salarial eram os mais explorados, contudo, foram participativos e atuantes, contribuindo com sua cultura e sua visão de mundo para enriquecer o panteon étnico da então jovem República cubana.

ASSUNTO(S)

historia transculturação race açúcar work raça ethnic trabalho migration migração transculturation etnia sugar

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