Oportunidades perdidas na prevenção da sífilis congênita e da transmissão vertical do HIV

AUTOR(ES)
FONTE

Revista de Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-10

RESUMO

OBJETIVO: Estimar a prevalência de oportunidade perdida de prevenção a sífilis e HIV entre gestantes que tiveram acesso ao pré-natal e fatores associados a não-testagem para esses agravos. MÉTODOS: Estudo transversal com amostra aleatória de 2.145 puérperas do Brasil, 1999 e 2000 admitidas em maternidades para parto ou curetagem e que haviam realizado pelo menos uma consulta de pré-natal. A não-realização de exame de teste para sífilis e/ou anti-HIV durante a gravidez foi usada como marcador para oportunidade perdida de prevenção. Mulheres que realizaram apenas exame de sífilis ou apenas o anti-HIV, ou não realizaram nenhum, foram comparadas àquelas que realizaram os dois (categoria de referência). A prevalência de oportunidade perdida de prevenção foi estimada para cada categoria, com intervalo de confiança de 95%. Os fatores associados com oportunidade perdida de prevenção foram analisados por meio de regressão logística multinomial. RESULTADOS: A prevalência de oportunidade perdida de prevenção para a realização do teste de sífilis ou anti-HIV foi de 41,2% e 56,0%, respectivamente. A análise multivariada indicou que raça/cor (não branca), escolaridade (< 8 anos de estudo), estado civil (solteira), renda <3 salários mínimos, relação sexual durante a gravidez, relato de não ter tido sífilis anterior à gravidez atual, realização de seis ou mais consultas de pré-natal e a realização da última visita antes do terceiro trimestre de gravidez estavam associados a maior risco de ter oportunidade perdida de prevenção. Observou-se uma associação negativa entre estado civil (solteira), local de realização do pré-natal (hospital) e a realização da primeira consulta de pré-natal no terceiro trimestre com oportunidade perdida de prevenção. CONCLUSÕES: Altas percentagens de gestantes não testadas apontam falhas na prevenção e controle da infecção pelo HIV e da sífilis congênita pelos serviços de saúde. As gestantes continuam interrompendo o cuidado pré-natal precocemente e não conseguindo realizar os procedimentos de triagem para HIV e sífilis.

ASSUNTO(S)

sífilis congênita infecções por hiv transmissão vertical de doença cuidado pré-natal estudos transversais oportunidade perdida de prevenção

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