Occurrence of Staphylococcus sp. in the hospital environment, surface characterization and Staphylococcus aureus adhesion to polyurethane and silicone nasoenteral tubes / Ocorrência de Staphylococcus sp. em ambiente hospitalar, caracterização de superfícies e adesão de Staphylococcus aureus em sondas nasoenterais de poliuretano e silicone

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Espécies de Staphylococcus foram isoladas e identificadas de dietas enterais, do ar do ambiente de Centro de Terapia Intensiva (CTI) e da sala de preparo de nutrição enteral, de manipuladores da sonda e da dieta, de superfícies de preparo, da mucosa nasal de pacientes e de sondas nasoenterais de poliuretanos e silicone após uso em ambientes de um hospital municipal. Os isolados foram identificados utilizando-se o kit API Staph da BioMérieux. Avaliou-se a sensibilidade dos isolados a antimicrobianos pelo método de discos impregnados com antibióticos das seguintes substâncias: ciprofloxacina- CIP (5 g), amicacina-AMI (30 g), clindamicina-CLI (2 g), claritromicina-CLA (15 g), ceftriaxona-CRO (30 g), ceftazidima-CAZ (30 g), imipenem-IMP (10 g), oxacilina- OXA (1 g), sultamicilina ampicilina e sulbactam-APS (10/10 g) e vancomicina-VAN (30 g). Corpos-de-provas das sondas de poliuretano e silicone foram submetidos à análise de tensão de ruptura e estiramento (equipamento Instron), à análise da hidrofobicidade das superfícies internas pelo método do ângulo de contato (aparelho goniômetro) e da rugosidade e topografia pela técnica da microscopia de força atômica. A adesão de um isolado de Staphylococcus aureus nas superfícies internas das sondas foi avaliada por contagem- padrão em placa e por microscopia eletrônica de varredura. Foram constatadas altas contagens de Staphylococcus sp. no ar do CTI (2,15 0,36 log UFC.m-3), na sala de preparo da dieta (1,64 0,17 log UFC.m-3) e nas sondas após uso (entre 6,88 log UFC.cm-2 e 7,38 log UFC.cm-2). S. aureus foi a espécie mais freqüente dentre os isolados (52,44%), estando presente em maior porcentagem em sondas nasoenterais (28,05%). Quarenta e quatro isolados, entre 48 analisados, foram sensíveis ao antibiótico carbapenêmico imipenem, o que correspondeu a 91,6%, e 1 isolado foi sensível ao glicopeptídeo vancomicina (2,1%). No entanto, 47 (87,5%) isolados foram resistentes ao antimicrobiano ceftazidima da classe das cefalosporina (cefens). A sonda de poliuretano foi mais resistente do que a de silicone nos testes de tensão de ruptura e estiramento e mostrou-se hidrofílica (Ow = 50,2 0,61), enquanto a de silicone, hidrofóbica (Ow = 74,6 1,30). O poliuretano apresentou maior rugosidade média do que o silicone, com rugosidade média (Ra) de 2,87 nm, e a diferença máxima entre o ponto mais alto e o mais baixo (Rt) foi de 53,90 nm. Observou-se a ocorrência de irregularidades, como protuberâncias, fissuras, fendas e orifícios nas fotomicrografias das superfícies. Por meio da análise microscópica, constatou-se que S. aureus foi capaz de aderir em ambas as superfícies. As médias das contagens de S. aureus aderidos, após três dias de teste, não diferiram (p>0,05) e atingiram 1,11 log UFC.cm-2 para poliuretano e 0,99 log UFC.cm-2 para silicone. A importância dos diversos fatores envolvidos na aderência dos microrganismos às superfícies ainda deve ser melhor e mais claramente estabelecida. A utilização de modelos que simulem a contaminação bacteriana dos polímeros é muito importante para o seu aperfeiçoamento. Novos polímeros devem ser pesquisados e testados na fabricação de sondas nasoenterais com o intuito de reduzir ou impedir a adesão bacteriana, por meio da modificação das características físicoquímicas da superfície.

ASSUNTO(S)

sondas nasoenterais staphylococcus spp. bacterial adhesion adesão bacteriana staphylococcus spp. microbiologia de alimentos nasoenteral tubes

Documentos Relacionados