Occupation, employment and earnings in the sugar-cane crop and in other agricultural activities in Brazil, from 1992 to 2007 / Ocupação, emprego e remuneração na cana-de-açúcar e em outras atividades agropecuárias no Brasil, de 1992 a 2007

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O trabalho analisa a evolução do mercado de trabalho da agropecuária nacional e regional, apresentando indicadores sobre a ocupação, o emprego, a qualificação e a remuneração de trabalhadores, de 1992 a 2007. Usando os dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios - PNAD, considerou-se o conjunto de todas as pessoas ocupadas e empregadas no setor agropecuário como um todo e destacou-se as informações daqueles que exercem atividades nos segmentos pecuário e agrícola, e em culturas específicas, com ênfase na cana-de-açúcar. O trabalho também é voltado para a investigação dos diferenciais da remuneração e salários na agropecuária brasileira, por meio do ajuste de equações de rendimentos. Além dos fatores usualmente adotados em equações de rendimentos estimadas para o setor, como idade (proxy da experiência), escolaridade, sexo, posição na ocupação, situação do domicílio (rural ou urbano), cor da pele e horas semanais de trabalho, também foram incluídas como variáveis explanatórias o segmento de atividade (agrícola, pecuário, ou ramos mais específicos) e, no caso das equações dos assalariados, variáveis referentes à posse ou não de carteira de trabalho, à natureza do emprego (permanente ou temporário e especializado ou não especializado). Os resultados revelam que o mercado de trabalho agropecuário eliminou muitos postos de trabalho nos últimos 15 anos, principalmente em razão da ampliação do uso de tecnologia pelo setor. Alguns avanços no mercado de trabalho são observados, como o crescimento de postos de trabalho com vínculos empregatícios mais estáveis, e os ganhos reais na remuneração das pessoas empregadas nas diversas atividades agropecuárias. As equações de rendimentos estimadas para o conjunto das pessoas ocupadas mostram que os principais condicionantes do rendimento são a posição na ocupação e a região. Para o subconjunto de empregados, verifica-se que um empregado com carteira assinada e com vínculo permanente tende a ganhar mais dos que aquele sem registro em carteira e temporário. Nos modelos para os empregados agrícolas, como era de se esperar, o empregado não especializado (mão-de-obra comum) ganha, em média, mais do que o especializado. Ao acrescentar essas variáveis percebe-se a diminuição da influência da região na renda dos empregados na agropecuária, indicando que os diferenciais de salários estão fortemente associados aos diferentes níveis técnicos e de produtividade existentes entre os espaços geográficos do país. Em todos os modelos estimados, verifica-se que a remuneração das pessoas ocupadas (ou empregadas) em empreendimentos cuja atividade principal é a produção de canade- açúcar é a mais elevada, quando comparada com a remuneração obtida na pecuária, na agricultura e em outras lavouras selecionadas, como o arroz, a soja, o café, o milho e a mandioca. Embora se constate que os empregados na cana-de-açúcar são melhor remunerados quando são analisadas as informações de trabalhadores de várias etapas do ciclo produtivo (PNAD), quando é analisado o pagamento diário nas empreitas de colheita no estado de São Paulo, conforme dados do Instituto de Economia Agrícola - IEA, o valor pago na colheita da cana é inferior ao pago na colheita de frutas cítricas (laranja, limão e tangerina) e de café (cereja e em coco).

ASSUNTO(S)

employment emprego sugar cane agropecuária mercado de trabalho cana-de-açúcar salários. wages. agriculture labor market

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