O USO DA INTUIÇÃO E A PRESENÇA DE VIESES COGNITIVOS NA TOMADA DE DECISÃO: O CASO DOS GESTORES DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO COMÉRCIO VAREJISTA DA CIDADE DE FORTALEZA/CE FORTALEZA - CEARÁ 2009

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

As decisões delimitam a vida das pessoas. Tomadas consciente ou inconscientemente, gerando boas ou más conseqüências, as decisões representam as principais ferramentas para lidar com oportunidades, desafios e incertezas presentes no dia-a-dia das organizações. Até recentemente, a teoria gerencial era embasada na premissa de que, por critérios de racionalidade, poderíamos dominar a vida e o destino das empresas. No entanto, em virtude de limitações envolvidas no processo decisório (falta de tempo ou de dinheiro para a coleta de informações completas, excesso de complexidade e incerteza envolvido nas decisões, e a existência de mudanças constantes e aceleradas, por exemplo) métodos de tomada de decisão suportados pela lógica e por modelos matemáticos não estão sendo mais suficientes para apoiar os gestores em suas decisões, e a intuição, por ser altamente impregnada dos conhecimentos e experiências acumulados pelo indivíduo, mas que, talvez, ainda não sejam parte do próprio consciente, surge como um recurso adicional aos negócios. Todavia, as heurísticas de julgamento (disponibilidade, representatividade e ancoragem e ajustamento), são abordagens intuitivas da mente humana que podem contribuir com o processo decisório, pelo fato de eliminar muito esforço e chegar à resposta certa ou a uma grande aproximação, ou comprometê-lo, por levar a escolhas tendenciosas (vieses cognitivos), já que ignoram as leis da probabilidade e da estatística. Diante do exposto, os principais objetivos deste trabalho foram identificar se os administradores de micro e pequenas empresas utilizam a intuição no âmbito empresarial, bem como qual é a relação existente entre intuição e vieses cognitivos. A pesquisa desenvolvida foi do tipo exploratória e descritiva, utilizou-se de levantamento (survey), bem como de entrevista em profundidade e contou com a participação de gestores de micro e pequenas empresas do Centro Comercial Av. Monsenhor Tabosa localizado na cidade de Fortaleza/Ce. Os resultados revelaram que a maioria dos gestores possui um grau mediano de intuição e que, apesar de grande parte dos administradores considerar a intuição como atributo positivo, apenas um terço deles utilizam a intuição como norteadora de seus atos no âmbito empresarial. Os resultados revelaram ainda que não existe relação estatisticamente significativa entre intuição e vieses cognitivos. Em geral, ser intuitivo não implica um maior número de vieses cognitivos nem tampouco na ocorrência de determinados tipos desses, e que esses vieses, na verdade, afetam grande parte dos gestores pesquisados independentemente do gênero, idade e tempo de experiência, o que poderá está comprometendo a tomada de decisão dos gestores das empresas pesquisadas. Como sugestões para futuras pesquisas, podemos citar: a realização de estudos probabilísticos para que se permitam generalizações, já que ambos os temas abordados neste trabalho, intuição e vieses cognitivos, são de extrema relevância para o processo decisório empresarial; o desenvolvimento de pesquisas que busquem revelar os motivos que levam a não utilização da intuição nos negócios mesmo havendo uma concordância quanto aos seus benefícios; e a verificação da relação existente entre intuição e os demais vieses não testados.

ASSUNTO(S)

tomada de decisão, julgamento intuitivo, vieses cognitivos. administracao decision making, intuitive judgment, cognitive biases

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