O uso da circulação extracorpórea aumenta o risco de síndrome vasoplégica em pacientes com insuficiência renal crônica hemodialítica submetidos à revascularização cirúrgica do miocárdio
AUTOR(ES)
Hossne Junior, Nelson Américo, Miranda, Matheus, Monteiro, Marcus Rodrigo, Branco, João Nelson Rodrigues, Vargas, Guilherme Flora, Pestana, José Osmar Medina de Abreu, Gomes, Walter José
FONTE
Braz. J. Cardiovasc. Surg.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015-08
RESUMO
Resumo Objetivo: O melhor tratamento atual para os pacientes dialíticos com acometimento coronariano multiarterial é a revascularização cirúrgica do miocárdio. Dentre as complicações pós-operatórias, a síndrome vasoplégica de etiopatogenia inflamatória torna-se importante pelo impacto altamente negativo no prognóstico. Considerando que esses pacientes possuem uma exacerbação intrínseca da resposta inflamatória, nosso objetivo foi avaliar a incidência e a mortalidade da síndrome vasoplégica no pós-operatório de revascularização miocárdica nesse grupo. Métodos: Estudo retrospectivo, unicêntrico, de 50 pacientes dialíticos consecutivos e não selecionados, submetidos à revascularização miocárdica, em um hospital terciário universitário, no período de 2007 a 2012. Esses pacientes foram divididos em 2 grupos, de acordo com o emprego ou não da circulação extracorpórea. A incidência e a mortalidade da vasoplegia foram analisadas nos grupos. Após a identificação dos pacientes quanto à presença de vasoplegia, este subgrupo foi estudado separadamente. Resultados: Não houve diferenças demográficas pré-operatórias entre os grupos com circulação extracorpórea (n=20) e sem circulação extracorpórea (n=30). Dados intraoperatórios demonstraram maior número de artérias coronárias revascularizadas (2,8 vs. 1,8; P<0,0001) e maior necessidade de transfusão (65% vs. 23%; P=0,008) no grupo circulação extracorpórea. A incidência de vasoplegia foi estatisticamente maior (P=0,0124) no grupo circulação extracorpórea (30%) em comparação ao grupo sem circulação extracorpórea (3%). A mortalidade dos pacientes com vasoplegia foi 50% no grupo circulação extracorpórea e 0% no grupo sem circulação extracorpórea. A análise do subgrupo vasoplégico não demonstrou diferenças clínicas estatisticamente significantes. Conclusão: O emprego da circulação extracorpórea na revascularização cirúrgica do miocárdio em pacientes com insuficiência renal crônica dialítica aumentou o risco para desenvolvimento de síndrome vasoplégica pós-operatória.
ASSUNTO(S)
revascularização miocárdica insuficiência renal crônica vasoplegia circulação extracorpórea
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