O transplante de células precursoras hematopoéticas no tratamento do mieloma múltiplo

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

O mieloma múltiplo é uma neoplasia clonal maligna das células plasmáticas, com uma prevalência de 10% do total das hemopatias malignas. Esquemas quimioterápicos convencionais utilizando o melfalano produzem menos de 5% de remissões completas, com 5% dos pacientes sobrevivendo por 10 anos ou mais. O esquema VAD é muito eficaz para induzir uma rápida citorredução, mas não é capaz de prolongar a sobrevida livre de eventos (SLE) ou a sobrevida global (SG). Quimioterapia em altas doses seguida de transplante autólogo de células progenitoras hematopoéticas (TCPH) induz a remissões completas em 30 a 50% dos pacientes, com uma baixa mortalidade relacionada ao procedimento (< 5%). Tanto a SLE como a SG são prolongadas após TCPH, mas a recaída da doença continua sendo o maior fator limitante ao sucesso terapêutico. Um subgrupo de pacientes (alteração do cromossoma 13 e beta 2 microglobulina elevada no diagnóstico) com alto risco de recaída, já foi identificado. Duplo transplante autólogo e estratégias terapêuticas pós transplante, como o uso de alfa-interferon, talidomida e poliquimioterapia (DCEP) são medidas adicionais utilizadas com o intuito de reduzir a incidência das recaídas. O transplante alogênico pode induzir a remissões moleculares prolongadas. Entretanto, a elevada mortalidade relacionada a este procedimento (30 a 50%) tem se revelado um fator limitante a sua maior utilização. O transplante não mieloablativo pode ser uma alternativa válida ao transplante alogênico convencional. Esta estratégia tem uma menor mortalidade relacionada ao procedimento, mantendo no entanto o efeito do enxerto versus mieloma, que pode levar a um prolongamento da SLE e da SG.

ASSUNTO(S)

mieloma múltiplo transplante de células progenitoras hematopoéticas

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