O TELEFONE TOCÔ EU PEGUEI E:: QUEM TÁ FALANO? A POLISSEMIA DO VERBO PEGAR

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Neste trabalho propomos que as várias acepções do verbo pegar, no Português do Brasil, podem ser compreendidas a partir do momento em que consideramo-lo como um verbo polissêmico. Entendemos que, por extensões metafóricas, do sentido básico e mais concreto de pegar derivaram-se os outros sentidos. Em nossa hipótese, defendemos que há uma noção de movimento e contêiner que perpassa as construções com o verbo. Estas construções, no presente trabalho, são divididas em grupos como: (a) pegar lexical, constituído por aqueles verbos que obedecem à ordenação S V (O) e que apresentam o sentido do verbo mais próximo ao considerado pleno; (b) pegar no discurso, que são os verbos que funcionam em duas diferentes construções, sendo que em ambas temos o verbo pegar seguido de um verbo (dicendi ou outros verbos, dependendo da construção), em que os dois verbos são flexionados no mesmo tempo e modo verbal, compartilhando um mesmo sujeito e objeto; (c) pegar aspectual, o qual, em sua forma infinitiva e unido a um verbo flexionado, transmite a noção de início e de certa continuidade da ação. Uma esquematização é proposta a fim de organizar os estudos referentes ao pegar lexical, o mais relevante nos dados, e, ainda, demonstrar, por meio deles, o fio condutor de significado que perpassa as construções com pegar. Com isso, demonstraremos que, além de produtivo em nossa língua, o pegar é um verbo que demonstra a mudança semântica e a sua ligação com a forma como o homem conceptualiza o mundo

ASSUNTO(S)

verbo contêiner polissemia movimento linguistica pegar

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