O sujeito inexistente: reflexões sobre o caráter da consciência fonológica a partir do "Relatório final do grupo de trabalho alfabetização infantil - os novos caminhos"

AUTOR(ES)
FONTE

Educação e Pesquisa

DATA DE PUBLICAÇÃO

2006-04

RESUMO

Este artigo busca debater alguns trabalhos para os quais o sucesso na aprendizagem da leitura e escrita deve ter como base principal a consciência fonológica. Assim, do "Relatório final do grupo de trabalho alfabetização infantil: os novos caminhos", publicado pela Câmara dos Deputados em 2003, questionaremos pontos específicos, tais como a metodologia utilizada e o conseqüente tratamento de higienização dos dados, a relação fonema/grafema e a noção "chave" de consciência fonológica como fonte do (in)sucesso da leitura e escrita. Debateremos ainda trabalhos nos quais está subjacente a busca de um "estágio ideal" de ligação entre consciência, memória e aquisição da escrita. Os autores também evocam a importância da consciência fonológica para a aquisição de regras ortográficas e apontam a existência de um sujeito consciente que evolui em estágios de desenvolvimento. A partir de nosso campo de pesquisa, qual seja, o da aquisição de linguagem, e questionando e nos contrapondo à metodologia de seleção de dados estatisticamente relevantes por meio do método experimental, buscaremos mostrar, mediante a análise de erros singulares, que a relação entre sujeito e língua não pode ser pautada por uma análise metalingüística, sob pena de perder-se a singularidade do sujeito. Desse modo, argumentamos que, ao largo das competências e habilidades que o aluno, segundo aqueles estudos, deve desenvolver/adquirir por meio do defendido método fônico, há desde sempre uma língua que, em seu funcionamento simbólico, enreda o sujeito em suas tramas.

ASSUNTO(S)

alfabetização erro ortográfico singularidade relação fonema-grafema

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