O reflexo de Helena: modelos literários e nacionalidade em Helena (1876), de Machado de Assis / Helenas reflex: literary models and nationality in Helena (1876), of Machado de Assis

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Este trabalho busca desenvolver uma leitura "desautomatizada" do romance Helena (1876), de Machado de Assis. A proposta é realizar uma análise interpretativa em que não se tenha em perspectiva a produção posterior do autor, iniciada grosso modo com Memórias Póstumas de Brás Cubas, de 1881. Buscaremos apresentar uma leitura em que se resgate o horizonte de expectativas dos leitores, críticos e autores contemporâneos à publicação do romance. Com isso, veremos que a obra realiza dentro desse horizonte um movimento a contrapelo em relação a seus pares. Além disso, naquele momento se definem, e disputam espaço, dois projetos de literatura nacional: o primeiro, representado por Helena, estabelece uma literatura em sintonia com o romance popular e cosmopolita produzido na Europa; o segundo, representado por O Cabeleira, é parte de um processo de formação da identidade nacional por meio da literatura. Veremos também que há presente dentro do espaço ficcional de Helena uma tensão entre local e universal, representado tanto pela citação direta de romances como Manon Lescaut e Paulo e Virgínia, como pela incorporação dos arquétipos representados pelo romance-folhetim em seu tecido narrativo. Formalmente, ao condensar e retrabalhar referências literárias tanto nacionais como estrangeiras, a prosa machadiana desse período critica alguns princípios norteadores da produção literária brasileira, questionando modelos de literatura e refletindo sobre eles.

ASSUNTO(S)

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