O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária e a importância da escolarização na opinião de assentados rurais do sertão do estado de Sergipe

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A partir do final dos anos 1970 intensifica-se a atuação dos diversos movimentos sociais no Brasil. Estes tinham como horizonte político, diversas lutas que despontavam como forma de resistência à exclusão em todas as suas faces: econômica, política e social. No espaço rural brasileiro desponta um movimento social importante: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que tem uma luta específica que é a luta pela terra, mas que também indica que a posse da terra não é o suficiente, mostrando ser preciso ter condições de sobreviver nela de forma digna. Além da luta por saúde e infra-estrutura física nos assentamentos, desponta a demanda por educação. O governo federal se vê forçado a reconhecer esse direito por Educação e em 1998 cria o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) tendo como população-alvo os assentados e acampados da Reforma Agrária na faixa etária a partir dos 14 anos. Nos assentamentos do Estado de Sergipe a situação de analfabetismo não se diferencia da realidade brasileira. A clientela do Pronera é ampla, o que nos levou a realizar essa pesquisa objetivando entender o porquê do jovem e do adulto assentado, tendo ou não alguma experiência anterior de escolarização, ter decidido por freqüentar uma sala de aula de alfabetização e educação. Também buscávamos responder quais as motivações e expectativas que tinham ao fazer parte de uma sala de aula no projeto de assentamento. Para responder a essas indagações elegemos como sujeitos desta pesquisa 09 assentados jovens e adultos (05 homens e 04 mulheres) egressos do Pronera do ano de 2002 localizados no Sertão Sergipano, mais especificamente no Assentamento denominado de Jacaré Curituba. Os assentados deste Assentamento atribuem valores diferenciados à escola, considerando-a importante e revelando interesse e não indiferença pela instituição. Demonstram que sempre houve o interesse pela mesma e que se apresenta desde a infância. Porém, o interesse não foi suficiente para garantir a permanência na escola na idade considerada adequada, ou seja, na infância e na adolescência. A investigação demonstrou que os assentados (principalmente os adultos) têm interesse por escolarizar-se e não objetivam somente ficar num estágio puro e simples de alfabetização. Contudo, alguns não têm quaisquer perspectivas quanto ao futuro prosseguimento educacional, principalmente devido à idade que têm, considerada por eles como avançada.

ASSUNTO(S)

adults education assentamento rural analphatism educação rural rural education rural settlements educacao de adultos analfabetismo educacao de jovens e adultos

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