O processo de implementação de melhores práticas de governança corporativa : estudo de caso em uma indústria cearense

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Boas práticas de governança corporativa são, a cada dia que passa, mais relacionadas às idéias de criação de valor para o acionista, aumento da confiança do investidor, promoção do desenvolvimento econômico e fortalecimento do mercado de capitais. Acredita-se que essas idéias estejam entre as razões do crescimento observado no número de empresas que adotam melhores práticas de governança corporativa (MPGC) em todo o mundo. Este estudo tem por objetivo investigar o processo de adequação às MPGC nas empresas, identificando as motivações, etapas de sua implementação, benefícios auferidos e barreiras enfrentadas durante o processo. Para a consecução desse objetivo a empresa escolhida foi a M. Dias Branco, na qual investigou-se também o atual nível de adequação da empresa às MPGC. A pesquisa caracteriza-se como bibliográfica e exploratória, de cunho qualitativo, por meio de estudo de caso único. A primeira fase do estudo compreende um amplo estudo bibliográfico sobre governança corporativa, seguido de entrevistas junto a cinco especialistas do mercado de capitais, para validação dos fatores motivacionais e barreiras identificadas na literatura,além da aplicação do pré-teste. A segunda fase da pesquisa compreende pesquisa de campo, durante a qual foram entrevistados cinco diretores da empresa selecionada para o estudo. A análise dos dados levantados possibilitou identificar oito motivações: a) perpetuar a empresa;b) garantir maior transparência e relacionamento com o mercado de capitais; c)profissionalizar a empresa; d) agregar valor aos acionistas; e) viabilizar a abertura de capital;f) possibilitar uma maior diversificação patrimonial dos acionistas controladores; g) viabilizar a entrada de sócios estratégicos e investidores institucionais; e h) melhorar a imagem institucional. Dentre as etapas do processo de implementação, destacam-se: a) reestruturação societária; b) criação de comitês no conselho de administração; c) criação da área de relações com investidores (RI) e de uma seção para os investidores no website da empresa; d) abertura de capital na Bovespa, com adesão aos Níveis Diferenciados de governança; e) contratação de auditoria independente; e f) instalação do conselho fiscal. No curso da pesquisa, apenas uma barreira foi identificada: resistência cultural a medidas que visam garantir maior transparência. No conjunto dos benefícios auferidos em decorrência da adoção de MPGC, sobressaem: a) melhor imagem; b) mudança cultural na mente das pessoas; c) maior diversificação patrimonial dos acionistas controladores; d) ingresso dos conselheiros independentes e sua participação ativa em comitês, enriquecendo as discussões do conselho de administração; e e) utilização do mercado como parceiro para monitorar negócios. E, finalmente, verificou-se que a M. Dias Branco adota 68,81% das práticas de governança corporativa sugeridas pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

ASSUNTO(S)

administraÇÃo de empresas - dissertaÇÕes governanÇa corporativa - dissertaÇÕes administracao de empresas

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