O peixe-sapo venenoso Thalassophryne nattereri (niquim ou miquim): relato de 43 acidentes provocados em pescadores de Salinópolis (Pará) e Aracaju (Sergipe), Brasil
AUTOR(ES)
Haddad Junior, Vidal, Pardal, Pedro Pereira Oliveira, Cardoso, João Luiz Costa, Martins, Itamar Alves
FONTE
Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo
DATA DE PUBLICAÇÃO
2003-08
RESUMO
Os peixes da família Batrachoididae causam um grande número de acidentes em pescadores das regiões Norte e Nordeste do Brasil. O gênero Thalassophryne apresenta várias espécies no Brasil e a espécie Thalassophryne nattereri é a mais comum, todas apresentando veneno. O veneno é inoculado por duas espículas ocas na nadadeira dorsal e duas nas regiões pré-operculares, ligadas a uma glândula de veneno na base. Os envenenamentos causaram dor intensa, edema e eritema iniciais em 43 pescadores observados em Salinópolis (Pará) e Aracaju (Sergipe). Em todos os casos, não ocorreram fenômenos sistêmicos dignos de nota, mas ocorreu necrose local em oito pacientes e infecção bacteriana em dez. As circunstâncias dos acidentes são comentadas, assim como aspectos terapêuticos. Nossa conclusão foi que o envenenamento por Thalassophryne é importante e freqüente e deve ser considerado de média gravidade, em função de não haverem fenômenos sistêmicos, como observado nos acidentes por peixes-escorpião (Scorpaena) ou arraias marinhas e fluviais.
Documentos Relacionados
- Caracterização sensorial e análise bacteriológica do peixe-sapo (Lophius gastrophysus) refrigerado e irradiado
- Epidemiologia dos acidentes por Thalassophryne nattereri (niquim) no Estado do Ceará (1992-2002)
- Evolução da migração de partos para Aracaju, Sergipe, Brasil, 1970-1996
- Antivenom action on renal effects induced by Thalassophryne nattereri venom
- Modulation of macrophage function by Nattectin: a C-type lectin from Thalassophryne nattereri fish venom.