O paradoxo e o mito em Tutaméia

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Essa dissertação tem por tema as estruturas do paradoxo e do mito na organização geral de Tutaméia. Escolhemos o primeiro prefácio para a discussão de uma economia poética, que o autor pontua nele, e que se relaciona com essa concepção do conjunto de prefácios e contos: simultaneamente paradoxal e mítica. Essas duas estruturas, paradoxo e mito, são semelhantes num aspecto que também as aproxima da mimesis: o sentido de indeterminação ou de errância entre a palavra e a verdade. Ao estruturar a indeterminação do sentido, sugerido por supra-senso, a outra leitura é garantida como obstáculo ao controle hermenêutico. Assim, a luta pela verdade é perpetuada para além de uma significação ou de um sentido último. A afirmação dessa errância é também, por um paradoxo, a afirmação da inexistência do erro: todos os sentidos são valorizados como perspectivas unívocas num cosmo de diferenças. O não senso, que em série ou no conjunto de textos nos dá o paradoxo, e o mito são mecanismos arcaicos, anteriores ao bom senso e seu raciocínio instrumental. Esses mecanismos, não senso e mito, produzem as surpresas ou os efeitos de desautomatização do jogo : uma espécie de transcendência materialista. O tema do erro e da verdade é central em toda Tutaméia. Escolhemos, para análise, doze contos em que sobressai a tematização do erro como limite do sentido, de modo que as anedotas são fundo para supra-sensos que sugerem e dão centralidade ao tema do abismo entre a palavra e a verdade.

ASSUNTO(S)

paradoxo verdade líteratura brasileira - história e crítica myth mimesis paradox linguistica truth mito erro rosa, joão guimarães, 1908-1967 - tutaméia - crítica e interpretação mimesis mistake

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