O paradoxo da finitude:: sobre o sentido onto-antropológico da psicanálise Freudiana.
AUTOR(ES)
Carlos Roberto Drawin
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005
RESUMO
O objetivo deste trabalho é tomar a psicanálise especificamente a obra freudiana, considerada como obra fundacional do campo psicanalítico como objeto da reflexão filosófica. No entanto, consideramos que esta tarefa não pode ser levada a bom termo se nos restringirmos ao domínio epistemológico, com o intuito de investigar o problema da cientificidade da psicanálise. Os critérios epistemológicos não são estáveis e, no último século, se deslocaram do empirismo lógico para abordagens que enfatizam aspectos sociais e históricos. Esta transformação da epistemologia, que está correlacionada com a ascensão das ciências humanas parece indicar uma profunda mudança do pensamento moderno que foi filosoficamente diagnosticada como crise do paradigma da subjetividade. Ora, a psicanálise, qualquer que seja a avaliação acerca de sua cientificidade, foi um dos saberes que por meio de suas teorias do inconsciente e da pulsão contribuiu significativamente para a eclosão desta crise do paradigma da subjetividade, que interpretamos como sendo expressão de uma dialética intrínseca da modernidade. Deste modo, a reflexão filosófica sobre a psicanálise deve ultrapassar as fronteiras da epistemologia e se colocar no horizonte mais amplo da dialética da modernidade. Ao nos colocarmos na perspectiva desta nova abordagem nos deparamos, porém, com um paradoxo: a psicanálise não é apenas objeto mas também sujeito do processo dialético no qual está inserida e contribuiu decisivamente para a transformação da reflexão filosófica que o expressa. Assim, tomando como referência o pensamento heideggeriano procuramos enfrentar este paradoxo recorrendo à uma forma mais radical de pensar, a do registo discursivo da antropologia do conhecimento e da ontologia hermenêutica. Foi o que designamos como sendo o sentido onto-antropológico da psicanálise e que investigamos acompanhando o seu desdobramento nos três movimentos conceptuais da metapsicologia freudiana, a saber, as teorias do recalque, do narcisismo e da pulsão.
ASSUNTO(S)
psicanálise teses. filosofia teses. modernidade teses. antropologia teses. ontologia teses.
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/BUBD-89KNXDDocumentos Relacionados
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