O papel terapêutico do Programa Farmácia Viva e das plantas medicinais
AUTOR(ES)
PEREIRA, J. B. A., RODRIGUES, M. M., MORAIS, I. R., VIEIRA, C. R. S., SAMPAIO, J. P. M., MOURA, M. G., DAMASCENO, M. F. M., SILVA, J. N., CALOU, I. B. F., DEUS, F. A., PERON, A. P, ABREU, M. C., MILITÃO, G. C. G., FERREIRA, P. M. P.
FONTE
Rev. bras. plantas med.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2015-12
RESUMO
RESUMOEste trabalho realizou um levantamento sobre o uso de plantas medicinais na cidade de Picos-PI, identificou as plantas cultivadas no horto pertencente ao Laboratório Fitoterápico de Picos (LAFIPI), e analisou o uso de fitoterápicos dispensados pelo Programa Farmácia Viva no triênio 2008-2010. Do total dos 750 entrevistados, 37,6% foram homens e 62,4 % mulheres, dentre os quais a maioria não concluiu o segundo grau (69,2%) e 77,2% possuíam renda mensal de até dois salários mínimos. Com relação ao consumo de plantas medicinais, 76,3% afirmaram utilizá-las para tratar doenças, principalmente por considerá-las mais saudáveis (84,8%). A indicação do uso foi orientada, sobretudo, por familiares (82,2%), embora a maioria adquira as plantas em feiras livres (32,8%). Das 127 plantas relatadas, as mais citadas foram erva-cidreira, boldo e hortelã, sendo as folhas a parte mais utilizada (42,3%), predominantemente por infusão (39,4%). As aplicações mais lembradas foram para tratar dores em geral (17%), distúrbios respiratórios (16,5%) e digestivos (16%). As espécies mais cultivadas no horto são chambá (Justicia pectoralis), alecrim pimenta (Lippia sidoides), malva santa (Plectranthus barbatus) e erva cidreira (Lippia alba). O lambedor de chambá foi o fitoterápico mais procurado pela população entre 2008 e 2010. Esse estudo descreveu, pela primeira vez, o uso tradicional de plantas medicinais no município de Picos e demonstrou, também de forma inédita, a relevância de investimentos do Programa Farmácia Viva no município de Picos e sua inclusão no Programa Saúde da Família como forma de disponibilizar à população de baixa renda fitoterápicos produzidos localmente a custos reduzidos.
ASSUNTO(S)
etnobotânica uso popular fitoterapia toxicidade nordeste do brasil
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