O papel do diâmetro do canal facial na patogenia e grau de paralisia de Bell: estudopor tomografia computadorizada de alta resolução

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. j. otorhinolaryngol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-06

RESUMO

Resumo Introdução: A etiologia exata da paralisia de Bell ainda permanece obscura. Os únicos achados confirmados são a inflamação e o edema do nervo facial (NF) que levam ao aprisionamento no canal facial. Objetivo: Identificar se há alguma relação entre o grau de paralisia de Bell e o diâmetro do canal facial e também estudar qualquer possível predisposição anatômica do canal facial para a paralisia de Bell incluindo as partes que ainda não foram estudadas. Método: Os prontuários médicos e exames de tomografia computadorizada de 34 pacientes com paralisia de Bell foram avaliados neste estudo clínico retrospectivo. Os diâmetros de ambos os canais faciais (acometidos e não acometidos) de cada paciente foram medidos no segmento labiríntico, gânglio geniculado, segmento timpânico, segundo joelho, segmento mastoideo e forame estilomastoideo. As escalas de House-Brackmann (HB) de cada paciente na apresentação inicial e três meses após o tratamento foram avaliadas a partir de seus prontuários. O teste t de amostras pareadas e o teste dos postos sinalizados de Wilcoxon foram usados para comparação de largura entre o lado acometido e o lado não acometido. O teste de postos sinalizados de Wilcoxon também foi usado para avaliação da relação entre o diâmetro do canal facial e o grau de paralisia de Bell. Diferenças significativas foram estabelecidas em um nível de p = 0,05 (IBM SPSS Statistics for Windows, versão 21.0; Armonk, NY, IBM Corp). Resultados: Foram incluídos 34 pacientes - 16 mulheres, 18 homens; idade média ± desvio padrão (DP), 40,3 ± 21,3 com paralisia de Bell. De acordo com o sistema de classificação do nervo facial de HB, oito pacientes eram de grau V, seis de grau IV, 11 de grau III, oito de grau II e um de grau I. A largura média no segmento labiríntico do canal facial no osso temporal acometido foi significativamente menor do que o equivalente no osso temporal não acometido (p = 0,00). Não houve diferença significativa entre os ossos temporais acometidos e não acometidos no gânglio geniculado (p = 0,87), segmento timpânico (p = 0,66), segundo joelho (p = 0,62), segmento mastoide (p = 0,67) e forame estilomastoideo (p = 0,16). Não houve relação entre o grau de HB e o diâmetro do canal facial no nível do segmento labiríntico (p = 0,41), segmento timpânico (p = 0,12), segmento mastoideo (p = 0,14), gânglio geniculado (p = 0,13) e forame estilomastoideo (p = 0,44), mas houve uma relação significativa no nível do segundo joelho (p = 0,02). Conclusão: O diâmetro do segmento labiríntico do canal facial foi um fator de risco anatômico para a paralisia de Bell. Também houve relação significativa entre o grau de HB e o diâmetro do CF no nível do segundo joelho. Estudos futuros (RM-TC combinadas ou modelagem 3D) são necessários para promover essa possível relevância especialmente no segundo joelho. Assim, no futuro, pode ser possível descomprimir segmentos específicos em pacientes com alto grau de PB.

ASSUNTO(S)

canal facial nervo facial paralisia de bell paralisia facial idiopática tomografia computadorizada

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