O nordeste na mídia e os estereótipos lingüísticos : estudo do imperativo na novela Senhora do Destino

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Esta pesquisa trata do estudo do imperativo gramatical na novela Senhora do Destino, com o objetivo de verificar se fenômenos de natureza morfossintática evidenciam estereótipos lingüísticos em relação à fala do Nordeste. Tratamos, em especial, da fala de Pernambuco, representada, na novela, pela personagem Maria do Carmo. Adotando os pressupostos teórico-metolodógicos da Esta pesquisa trata do estudo do imperativo gramatical na novela Senhora do Destino, com o objetivo de verificar se fenômenos de natureza morfossintática evidenciam estereótipos lingüísticos em relação à fala do Nordeste. Tratamos, em especial, da fala de Pernambuco, representada, na novela, pela personagem Maria do Carmo. Adotando os pressupostos teórico-metolodógicos da Sociolingüística Laboviana e de posse dos programas Varbrul, analisamos variáveis lingüísticas e sociais, fazendo um estudo comparativo entre os dados de fala dos personagens e dados de fala de Recife. Os grupos de fatores Personagens; Paralelismo discursivo; Polaridade da estrutura e tipo de pronome em contexto discursivo; Presença, ausência, pessoa e localização do pronome; e Tipo de verbo foram considerados estatisticamente relevantes para os dados dos personagens. Os grupos de fatores selecionados para a fala de Recife foram Paralelismo discursivo e Tipo de verbo. O grupo de fatores Escolaridade, no limiar da seleção, revelou regularidades importantes para o entendimento da presença, ou não, de estereotipia nos dados de fala da novela, de forma que é possível tratar dessa questão sob duas perspectivas. De um ponto de vista mais amplo, a fala de Maria do Carmo revela a presença de estereótipos, pois ela não dá conta da complexidade existente na fala de Pernambuco não podendo, portanto, ser a representante dos pernambucanos e, menos ainda, da fala dos nordestinos, particularmente se considerados os falantes mais expostos ao ambiente escolar. De um ponto de vista mais específico, a fala de Maria de Carmo não revela estereótipos, pois praticamente se iguala à fala de um subgrupo de falantes da comunidade dos pernambucanos, a saber, dos que foram menos expostos ao ambiente escolar. A análise dos grupos de fatores lingüísticos, por sua vez, evidenciou que a fala dos personagens, inclusive de Maria do Carmo, reflete de perto a heterogeneidade ordenada verificada nas situações reais de uso. Os efeitos observados na fala de Maria do Carmo e na fala dos pernambucanos são bastante semelhantes, embora, às vezes, exacerbados na fala da personagem em foco. Na nossa avaliação, os resultados da análise dos efeitos lingüísticos deste fenômeno morfossintático revelam pouca estereotipia.e de posse dos programas Varbrul, analisamos variáveis lingüísticas e sociais, fazendo um estudo comparativo entre os dados de fala dos personagens e dados de fala de Recife. Os grupos de fatores Personagens; Paralelismo discursivo; Polaridade da estrutura e tipo de pronome em contexto discursivo; Presença, ausência, pessoa e localização do pronome; e Tipo de verbo foram considerados estatisticamente relevantes para os dados dos personagens. Os grupos de fatores selecionados para a fala de Recife foram Paralelismo discursivo e Tipo de verbo. O grupo de fatores Escolaridade, no limiar da seleção, revelou regularidades importantes para o entendimento da presença, ou não, de estereotipia nos dados de fala da novela, de forma que é possível tratar dessa questão sob duas perspectivas. De um ponto de vista mais amplo, a fala de Maria do Carmo revela a presença de estereótipos, pois ela não dá conta da complexidade existente na fala de Pernambuco não podendo, portanto, ser a representante dos pernambucanos e, menos ainda, da fala dos nordestinos, particularmente se considerados os falantes mais expostos ao ambiente escolar. De um ponto de vista mais específico, a fala de Maria de Carmo não revela estereótipos, pois praticamente se iguala à fala de um subgrupo de falantes da comunidade dos pernambucanos, a saber, dos que foram menos expostos ao ambiente escolar. A análise dos grupos de fatores lingüísticos, por sua vez, evidenciou que a fala dos personagens, inclusive de Maria do Carmo, reflete de perto a heterogeneidade ordenada verificada nas situações reais de uso. Os efeitos observados na fala de Maria do Carmo e na fala dos pernambucanos são bastante semelhantes, embora, às vezes, exacerbados na fala da personagem em foco. Na nossa avaliação, os resultados da análise dos efeitos lingüísticos deste fenômeno morfossintático revelam pouca estereotipia.

ASSUNTO(S)

novelas sociolingüistica laboviana linguistica imperativo gramatical esteriótipos lingüisticos

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