O medo da morte flexibiliza perdas e aproxima polos: consequências políticas da pandemia da COVID-19 no Brasil
AUTOR(ES)
Pereira, Carlos; Medeiros, Amanda; Bertholini, Frederico
FONTE
Rev. Adm. Pública
DATA DE PUBLICAÇÃO
2020-08
RESUMO
Resumo Desde sempre a humanidade se aflige com o fim da existência. Em algumas ocasiões, como a atual pandemia do novo coronavírus, percebemos sua presença mais de perto. Até que ponto o medo da morte pode alterar percepções e crenças dos indivíduos? É nesse contexto de incertezas e medos que decidimos investigar de que modo a sociedade brasileira vem avaliando seus governantes, sobretudo em relação à política de isolamento social. A pandemia da COVID-19 alterou os eixos da polarização política. De um lado, governadores, prefeitos e legisladores preocupados com os riscos de estrangulamento do sistema de saúde causado pela pandemia. De outro, o presidente Jair Bolsonaro, focado primordialmente nas consequências econômicas negativas da política de isolamento social. Por meio de uma pesquisa de opinião, identificamos que o “medo da morte” diminuiu a polarização ideológica existente no Brasil desde a eleição de Jair Bolsonaro à presidência da República. Ao contrário do que muitos esperavam, os eleitores que se auto-identificaram como de direita e centro-direita - supostamente, o núcleo de eleitores de Bolsonaro - rejeitaram seguir a recomendação e avaliam mal a performance de seu líder. Também mostramos que essa mudança de comportamento não foi influenciada pelos diferentes níveis de renda.
Documentos Relacionados
- O Estado e o turismo no Brasil: análise das políticas públicas no contexto da pandemia da COVID-19
- Programa Academia da Saúde: adaptações nos polos durante a pandemia da Covid-19
- Vivendo a morte dos outros: reconfigurações da morte na pandemia da Covid-19
- Rastreamento da retinopatia diabética e a pandemia COVID-19 no Brasil
- As Consequências Não Aparentes Fora do Espectro da COVID da Pandemia de COVID-19