O "fato da língua" na materialidade da leitura

AUTOR(ES)
FONTE

Pro-Posições

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-04

RESUMO

Propomos discutir implicações que tem para a prática da leitura o "fato da língua" (sua materialidade histórico-discursiva). Partiremos da compreensão de que a relação do sujeito brasileiro imigrante com as formas linguísticas é marcada por tensões entre a língua portuguesa - predominante como língua nacional, escrita - e outras línguas, silenciadas no domínio público oficial, mas que permaneceram, de algum modo, em certos contextos de imigração, às vezes mescladas ao português. As formas de língua silenciadas na história guardam ainda, entretanto, um lugar no sujeito, como memória da língua materna. Já as formas da língua nacional interpelam o leitor em uma relação com a língua atravessada por valores jurídicos (correta, provada). Considerando que ambas as dimensões (nacional e materna) produzem efeito nas práticas de linguagem, procuraremos descrever e compreender certos "processos de identificação sujeito/língua" que se dão através do modo como a memória da estrutura linguística intervém na produção de efeitos de sentido, interpondo-se à relação do leitor com o texto, participando, portanto, do processo de atribuição de sentidos na leitura. O trabalho faz-se no campo da teoria do discurso.

ASSUNTO(S)

materialidade linguística memória língua materna identificação

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