O efeito do tartarato de brimonidina sobre a depressão alastrante retiniana depende das células de Müller
AUTOR(ES)
Oliveira, Vinícius Vanzan Pimentel de, Rodrigues, Marcio Penha Morterá, Alencar, Adroaldo de, Cronemberger, Sebastião, Calixto, Nassim, Dantas, Adalmir Morterá
FONTE
Rev. bras.oftalmol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2014-12
RESUMO
Objetivo: Demonstrar o efeito do Tartarato de Brimonidina, um alfa2-agonista usado no manejo do glaucoma, sobre a depressão alastrante (DA) retiniana. Esses agonistas têm demonstrado ser neuroprotetores em vários modelos experimentais, contudo seus alvos celulares e moleculares continuam indefinidos. A DA da atividade elétrica neuronal é uma onda de despolarização celular massiva e sustentada que leva ao dano no tecido nervoso. Trauma local, pressão, isquemia e outros agentes químicos como o aumento do potássio extracelular e o glutamato podem disparar a DA, levando a uma atividade elétrica exagerada seguida de silêncio elétrico. Métodos: Usando a retina de pinto como modelo, realizamos a detecção do alfa2-receptor por Western Blotting e ensaio Imunohistoquímico. Após isso, obtivemos os sinais elétricos da DA através de microeletrodos inseridos na retina durante sua passagem na presença ou ausência de Brimonidina. Para visualização do tecido utilizamos o tomógrafo de coerência optica (OCT), analisando como é a retina no seu estado de repouso, durante a passagem da DA, e a DA + brimonidina. Resultados: Nossos dados demonstraram que: (1) os receptores alfa adrenérgicos presentes na retina são do subtipo-2A e estão localizados nas células de Müller; (2) o tratamento com Brimonidina diminui a velocidade e a voltagem da onda de DA; (3) A OCT demonstrou que a DA retiniana possui um sinal óptico de maior reflectância na camada plexiforme interna, fato não observado quando foi associada à Brimonidina. Conclusão: A Brimonidina foi capaz de reduzir a DA (uma onda de lesão neuronal) e identificamos um novo possível alvo celular – a célula de Müller e demonstramos pela primeira vez uma OCT da DA, visualizando a camada plexiforme interna como a mais afetada opticamente pelo fenômeno.
ASSUNTO(S)
retina/efeito de drogas agonistas de receptores adrenérgicos alfa 2/uso terapêutico glaucoma
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