O efeito das proteínas morfogenéticas ósseas (BMPs) associadas a osso esponjoso autógeno na reparação de falhas experimentais na calota craniana de coelho (Oryctolagus cuniculus) / The effect of the Bone morphogenetic protein (BMPs) associated with cancelous autogenous bone graft in the reparation of calvarial experimental rabbits defects (Oryctolagus cuniculus)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

As proteínas morfogenéticas ósseas (BMPs) são promotores de crescimento capazes de induzir a formação de osso e cartilagem, promovendo a quimiotaxia e diferenciação de células mesenquimais para o local onde foram implantadas, mas para uma efetiva osteocondução necessitam de uma substância carreadora. Quando implantadas em tecidos animais, as BMPs se ligam a receptores específicos existentes na superfície das células osteoinduzidas, ativam as proteínas citoplasmáticas SMAD (mothers against decapentaplegic proteins) e, no núcleo da célula receptora, passam a regular a transcrição de genes relacionados com calcificação e formação óssea. No presente estudo, foram avaliados os aspectos clínico-cirúrgicos, macroscópicos, radiográficos e microscópicos da reparação óssea, após implantação de BMPs em diferentes concentrações, carreadas por enxerto ósseo esponjoso, em falhas criadas no crânio de 20 coelhas adultas-jovens, separadas aleatoriamente em cinco grupos experimentais, que corresponderam a cinco períodos de observação (7, 15, 21, 35 e 60 dias). Após a exposição dos ossos do crânio, foram realizadas seis falhas ósseas na região fronto-parietal de cada animal. A falha I não foi preenchida, a II foi completamente preenchida com aproximadamente 3,0 mg de autoenxerto ósseo esponjoso e as falhas III, IV, V e VI foram preenchida com o autoenxerto associado a 0,5; 1,0; 2,0 e 5,0 mg de BMPs, respectivamente. Não foram observadas complicações clínicas após a cirurgia. Nas avaliações macroscópicas, postmortem, verificou-se que independentemente do período de tratamento das falhas, o preenchimento ósseo iniciava-se a partir das bordas para o centro e do fundo para a superfície das falhas. O preenchimento ósseo das falhas I foi o menor encontrado quando comparado com as demais falhas, em todos os períodos de observação. Constatou-se também que até os valores de 2,0 mg, quanto maior a concentração de BMPs utilizada, maior foi a cobertura óssea. A avaliação radiográfica não permitiu a classificação do grau de preenchimento ósseo e por meio de análises estatísticas, foi comprovado que há diferenças significativas entre os tratamentos. Microscopicamente verificou-se nas primeiras avaliações, aos sete dias, que o preenchimento ósseo iniciava-se a partir das bordas e do fundo da lesão, com mobilização e diferenciação de células provenientes do periósteo e das meninges, respectivamente e, nas avaliações subseqüentes, a atividade osteoblástica provinha também de ilhas de ossificação, semelhantes a centros de ossificação, localizadas no centro da falha. A formação trabecular aumentou proporcionalmente com a concentração utilizada de BMPs e a aposição e organização óssea aumentaram proporcionalmente com o tempo de observação. Em quase todas as falhas foi verificada a presença de tecido cartilaginoso. A melhor relação de quantidade de autoenxerto ósseo esponjoso e BMPs foi de 3,0 mg e 2,0 mg, respectivamente e a associação desta proteína com esse enxerto contribuiu para a formação de novo tecido ósseo, promovendo maior mobilização, diferenciação e organização celular e, abreviou o tempo de formação óssea, sugerindo processo de ossificação endocondral. Os trabalhos apresentados como parte integrante desta tese estão seguindo as normas de publicação do Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Minas Gerais, indexada ao ISI, AGRIS, BIOSIS, CAB, CAS, MEDLARS, Referatvnyi Zhumal, Bibliografia Brasileira de Medicina Veterinária e Zootecnia e LILACS. ISSN 01020935.

ASSUNTO(S)

proteínas morfogenéticas tecnica cirurgica animal autogenous bone graft morphogenetic proteins cirurgia veterinária enxerto autógeno veterinary surgery

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