O doutrineiro, a doutrina e o doutrinado: a missão e a cristianização em Maynas na crônica do padre Figueroa S.J.
AUTOR(ES)
Teresa Cristina dos Santos
DATA DE PUBLICAÇÃO
2001
RESUMO
Em meio à Amazônia espanhola, durante os séculos XVII e XVIII, ocorreu o encontro de duas culturas extremamente diferentes, a européia e a das comunidades autóctones. Alguns representantes da cultura européia eram os missionários jesuítas, que estabeleceram reduções na área compreendida entre o sul do Equador, sul da Colômbia, norte do Peru e oeste brasileiro, a qual denominaram genericamente de Maynas (amistosos). Nessa região, como nas outras da América, o trabalho missionário de conversão das populações americanas efetivado pelas ordens religiosas ocorria juntamente com o processo de incorporação e inclusão previsto pelo projeto colonial, colocado em prática pelas autoridades reais e colonos. Num contexto de isolamento, diversidades e desconhecimento do meio geográfico, os missionários jesuítas receberam muitas vezes a incumbência de registrar os acontecimentos, envolvendo o universo missionário. Assim, nos deixaram diários, relações, cartas, histórias; verdadeiras crônicas que se tornaram para os historiadores um material importante na leitura das relações coloniais e em particular, entre missionários e indígenas, especialmente no que diz respeito às construções cotidianas que se deram no âmbito das missões, em que pese todo o cuidado quanto à forma como tais documentos devem ser lidos. Uma das crônicas que nos interessa sobremaneira é a produzida no século XVII pelo padre Francisco de Figueroa, Informe de las Misiones de el Marañon, Gran Pará o Río de las Amazonas, pela riqueza de dados e pela possibilidade que nos oferece de perceber a forma como os símbolos religiosos transitavam, se construíam e reconstruíam, ao longo dos embates cotidianos travados entre duas visões de mundo diversas. Nesse sentido, o centro de nossa preocupação é, através da crônica do padre Figueroa, identificar no universo colonial- missionário amazônico, a elaboração de um imaginário sobre as missões e seus protagonistas e realizar uma leitura possível das construções propostas por essa crônica, como por exemplo, a forma de lidar com os elementos simbólicos, tão presentes no ministério dos sacramentos
ASSUNTO(S)
experiências missionárias maynas sacramentos ciências humanas catequese gran rio maranon
ACESSO AO ARTIGO
http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1602Documentos Relacionados
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