O CP normal pode ser realizado ao invés do colpocitológico em pacientes encaminhadas por um oncologista?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

Sim pode ser feito o CP normal disponível na unidade. Pode-se também ligar para o médico que solicitou este procedimento e comunicar a indisponibilidade do kit para realização de colpocitológico.

O material tem estabilidade por dois meses e pode ser usado para testes complementares, como a pesquisa de HPV.

O estudo citológico colpocervical, ou exame de Papanicolaou, agora pode ser feito com o acondicionamento do material colhido em meio líquido, em lugar dos tradicionais esfregaços em lâminas de vidro. Esse procedimento, que não tem custo adicional, permite a homogeneização do preparo técnico das lâminas e possibilita, quando necessário, a inclusão de outros testes diagnósticos. A coleta não difere da tradicional, mas é necessário que a amostra seja acondicionada em meio fixador específico.

O procedimento é o mesmo do exame convencional, ou seja, feito com espátula de Ayre, para a obtenção de amostras das paredes vaginais e da superfície cervical, e com escova, para a aquisição do material endocervical. A coleta pode ser realizada em consultório, desde que o profissional  disponha de kit próprio.

Na atual nomenclatura citológica brasileira, a adequabilidade da amostra é definida como satisfatória ou insatisfatória. O termo anteriormente utilizado “satisfatório, mas limitado”, foi abolido (INCA, 2006).

Recomendação: a mulher deve repetir o exame entre seis e 12 semanas com correção, quando possível, do problema que motivou o resultado insatisfatório.

Podem estar presentes células representativas dos epitélios do colo do útero:

Embora a indicação dos epitélios representados na amostra seja informação obrigatória nos laudos citopatológicos, seu significado deixa de pertencer à esfera de responsabilidade dos profissionais que realizam a leitura do exame. As células glandulares podem ter origem em outros órgãos que não o colo do útero, o que nem sempre é identificável no exame citopatológico.

A presença de células metaplásicas ou células endocervicais, representativas da junção escamocolunar (JEC), tem sido considerada como indicador da qualidade da coleta, pelo fato de essa coleta objetivar a obtenção de elementos celulares representativos do local onde se situa a quase totalidade dos cânceres do colo do útero.

Uma metanálise de estudos que abordaram a eficácia de diversos dispositivos de coleta mostrou que o uso da espátula de Ayre e da escova de canal aumenta em cerca de três vezes a chance de obtenção de células endocervicais (3). Estudo realizado no Brasil, entre 1992 e 1996, mostrou que a detecção de NIC foi cerca de dez vezes maior no grupo em que as células da JEC estavam representadas (SHIRATA et al, 1998).

A presença exclusiva de células escamosas deve ser avaliada pelo médico responsável. É muito oportuno que os profissionais de saúde atentem para a representatividade da JEC nos esfregaços cervicovaginais, sob pena de não propiciar à mulher todos os benefícios da prevenção do câncer do colo do útero.

: esfregaços normais somente com células escamosas devem ser repetidos com intervalo de um ano, e, com dois exames normais anuais consecutivos, o intervalo poderá ser de três anos (Grau B). Para garantir boa representação celular do epitélio do colo do útero, o exame citopatológico deve conter amostra do canal cervical, preferencialmente, coletada com escova apropriada, e da ectocérvice, coletada com espátula tipo ponta longa (espátula de Ayre).

ASSUNTO(S)

apoio ao diagnóstico enfermeiro x37 citologia esfoliativa / histologia neoplasias do colo do Útero teste de papanicolaou a - estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência enfermeria prevenção e controle do câncer

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