O CORPO MARCADO: SOBRE A DOR DE MANTER COESAS AS FRONTEIRAS CORPORAIS / THE MARKED BODY: ON THE PAIN OF KEEPING BODY BORDERS TIED

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

O presente trabalho procurou investigar, à luz da teoria psicanalítica, algumas práticas consideradas radicais de marcação do corpo, tais como tatuagens, piercings, implantes subcutâneos, escarificações, pocketing, pulling e suspensão. Para tanto, procedeu-se inicialmente a uma exposição do contexto em que tais práticas são abordadas, a cultura de consumo contemporânea, na qual o corpo assume lugar de destaque. Além disto, realizou-se um roteiro histórico das práticas de marcação do corpo e seus usos. Incidindo na superfície do corpo, tais práticas fornecem a este um novo contorno. A delimitação das bordas corporais nos remete à temática da constituição subjetiva, na qual as experiências pele-à-pele delineiam a fronteira entre interno e externo, eu e outro. Na relação com um outro, o corpo é ainda inserido no registro pulsional, configurando-se como um corpo erógeno, marcado por experiências de prazer e desprazer. Se o prazer pode ser encontrado no desprazer e na dor, estabelece-se, então, o masoquismo erógeno, base de todo tipo de masoquismo. Por fim, utilizando-se o masoquismo como instrumento para pensar as marcações do corpo que têm na dor a condição indispensável para sua realização, efetuou-se uma apresentação a seu respeito. A dor, além de ser, no masoquismo, o meio de obter prazer, fornece ao sujeito a percepção dos contornos de seu corpo. Assim, através de práticas dolorosas, o sujeito se encontra em um esforço por delimitar e manter coesas suas fronteiras corporais.

ASSUNTO(S)

eu-pele ego-skin culture masoquismo masochism pain primary relation dor cultura body markings marcacao do corpo relacao primaria

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