O Complexo Florestal e o Extremo Sul da Bahia: inserção competitiva e transformações socioeconômicas na região.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O objetivo da tese é examinar e interpretar o processo de inserção competitiva e de transformação socioeconômica da região do Extremo Sul baiano, capitaneado pela expansão do complexo florestal-celulósico, correlacionando-os à dinâmica do desenvolvimento regional. Para tanto, foram estabelecidos os aportes teóricos que permitem a compreensão dos fatores que condicionaram a integração da região, da natureza das mudanças ocorridas e de sua relação com o padrão de desenvolvimento regional. Em consonância com as referências teóricas e analíticas trabalhadas, a investigação revelou que a integração do Extremo Sul baiano, a partir da exploração competitiva de seus atributos territoriais para produção de madeira (eucalipto) e celulose, constitui um exemplo revelador de movimento de expansão da produção global condicionado aos padrões e às estratégias da concorrência setorial e empresarial. Evidenciou-se, também, que, além das vantagens competitivas locacionais, a ação do Estado ancorada em abordagens que associam o desenvolvimento ao progresso, à polarização espacial das atividades econômicas e à integração competitiva ao mercado exerceu um importante papel na redefinição do padrão de desenvolvimento e na inserção regional. A análise empírica, com base na coleta e na sistematização de dados e informações quantitativas e qualitativas, demonstrou que a implantação e a expansão das atividades florestais e de produção de celulose e papel, ao tempo em que internalizaram fixos e fluxos do circuito da produção global, provocaram um conjunto de transformações na estrutura produtiva e social regional, expressos, entre outros aspectos: i) pela intensificação da concentração fundiária e incremento da exploração empresarial; ii) pela desestruturação das relações econômicos e sociais, tradicionalmente, vigentes; iii) pela expansão de atividades, ocupações e modos de vida, predominantemente, urbanos. Entretanto, a dinamização da economia, em particular a urbana, vista como sinônimo de desenvolvimento e modernização, tem se mostrado pouco profícua para a sociedade local. Tais evidências, além de revelar limitações no transbordamento dos benefícios da competitividade econômica global para a sociedade local, trazem à luz a necessidade de construção de arranjos institucionais e de relações de sinergias entre a sociedade local e as esferas públicas e privadas, enquanto recursos fundamentais para o desenvolvimento econômico e social. Assim, em conformidade com a perspectiva institucionalista, não basta ser competitivo: é preciso criar um ambiente institucional, que proporcione formas de coordenação entre os atores, capazes de acionar o conjunto das capacidades locais em prol do desenvolvimento da sociedade em foco.

ASSUNTO(S)

competitividade desenvolvimento regional. wood pulp industry socioeconomic and institutional transformations competitiveness regional development. complexo florestal-celulósico economia transformações socioeconômicas e institucionais

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