O boato sob o foco linguístico-discursivo filtrado por lentes bakhtinianas
AUTOR(ES)
Sandra Mara Azevedo Borges
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
26/02/2010
RESUMO
O boato é uma atividade linguageira, presente no cotidiano das pessoas, independente de país, cultura, nível sócio-econômico, regime político ou ainda de época. Ele pode existir em qualquer grupo de pessoas. Objeto de estudo de vários domínios do conhecimento, como na Antropologia, Psicologia, História, Sociologia, Comunicação, pareceu oportuno pesquisá- lo linguístico-discursivamente. Como fundamentação teórica a pesquisa contou, sobretudo, com os estudos da Filosofia da Linguagem desenvolvidos por Mikhail Bakhtin, com destaques para as seguintes reflexões feitas pelo mestre russo: Dialogia, alteridade, texto/enunciado, auditório, situação, tema e significação, construção de sentido, gêneros discursivos, dentre outras. Também a categoria de Vontade de Verdade construída por Michel Foucault, bem como contribuições de vários autores, específicas sobre boato, foram tomadas neste estudo que investigou os seguintes aspectos: (a) Como se dá esta atividade linguageira; (b) como esse dito constitui um sujeito falante; (c) o que faz com que um boato vingue e outro seja imediatamente esvaziado; (d) qual é a sua materialidade; (e) o que o diferencia de uma verdade e de uma mentira; (f) o que faz com que um boato sustente tantas ações empreendidas, oficiais e oficiosas, tantos dizeres; (g) como se dá a autoria no boato; (h) como ele se constitui; (i) se o boato é um gênero discursivo e, no caso afirmativo, se é um gênero primário ou híbrido; (j) se o boato acontece somente na linguagem oral ou também na escrita e como ele se dá; (k) como é a sua circulação e (l) qual é o seu gatilho. Estes pontos foram refletidos em quatro capítulos, sendo eles: (1) De Um Boato A ... no qual se observa o nascimento do desejo de pesquisar o boato, a fundamentação teórica e a composição dos dados; (2) O Encontro Com O Camaleão, onde se lê a compreensão responsiva sobre alguns dizeres a respeito do nascimento e a mutação do boato, como se alastra e por que ele consegue obter credibilidade; enfim, dizeres elaborados por vários estudiosos do assunto com os quais é mantido um diálogo; (3) O Camaleão Em Um Projeto De Dizer, Uma Vontade De Verdade em que é feita uma análise linguístico-discursiva de três textos que abordam o boato de deserção em massa dos atletas cubanos, durante os Jogos Panamericanos de 2007, realizados no Rio de Janeiro. Finalmente, (4) O Camaleão E Outros Bichos No País Verde- Amarelo onde pode ser observado o uso do termo boato no Brasil e outros vocábulos de sentido semelhante como fofoca, disse-me-disse, fuxico e outros. A pesquisa, talvez, tenha suscitado mais perguntas que respostas, mas seguramente permitiu compreender, um pouco mais, a linguagem, o mundo e o homem.
ASSUNTO(S)
análise do discurso boatos (opinião pública) bakhtin, mikhail mikhailovitch, 1895-1975 fofoca linguística linguistica rumor bakhtin linguistic discourse gossip
ACESSO AO ARTIGO
http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4796Documentos Relacionados
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