O ambiente como mundo vivido: uma abordagem do espaço segundo a geografia humanística
AUTOR(ES)
Cristiano de Souza Calisto
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
O presente trabalho propõe um estudo do espaço em uma abordagem da Geografia Humanística em uma perspectiva que transcende os aspectos físico-espaciais. As análises aqui realizadas se deram com o objetivo produzir o registro, a leitura e a compreensão das percepções ambientais dos educadores (20 professores e 05 servidores) do Centro de Ensino Fundamental do Pipiripau II, localizado na Sub-Bacia Hidrográfica do Ribeirão Pipiripau Planaltina-DF. O estudo do espaço e das relações sociedade e natureza foram fundamentais na condução da particularização, formulação e delineação do objeto de estudo. Neste sentido, a construção do conceito de natureza possibilitou a discussão em torno da universalização dos espaços transformados, chamados de Espaço Técnico-Científico Informacional. Assim, partindo da vertente fenomenológica, como pressuposto da Geografia Humanística, e utilizando as categorias analíticas de espaço e lugar, insideness e outsideness e topofilia, como aporte conceitual e metodológico, foi possível desenvolver o levantamento dos aspectos referentes à percepção ambiental dos participantes da pesquisa. Por meio da realização do curso Espaço e Lugar Percepção Ambiental da Sub-Bacia Hidrográfica do Ribeirão Pipiripau-DF, se pôde constatar a invasão do meio técnico-científico nas percepções de ambiente por parte dos professores, o que lhes empobrece sua visão do meio natural. Este fato alimenta a sensação de separação entre o indivíduo e o lugar, aumentando a noção de distanciamento a respeito do lugar e do ambiente natural, inviabilizando um adequado tratamento destas questões no cotidiano escolar. Diante dos resultados do estudo, propõe-se a Educação Ambiental, associada à Geografia Humanística, como instrumento capaz de promover a interação entre o ensino formal e o mundo-vivido, resultando em outro tipo de encontro com o ambiente, por meio do desenvolvimento de atividades não apenas exploratórias, que possibilitem, neste caso, primeiramente ao professor, uma confluência mais consciente e suave com o meio ambiente, capaz de levá-lo a refletir e se sentir parte integrante deste. Isto se traduz em uma maior interação escola/comunidade/lugar, retirando deste trinômio as porosidades capazes de permitir a instalação de práticas alienadas às demandas ambientais ai existentes.
ASSUNTO(S)
outros educação ambiental geografia humanística fenomenologia percepção ambiental
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