"No remoinho da tendência-espiral": questões de estética, literatura e ciências naturais na obra de Goethe
AUTOR(ES)
Mainberger, Sabine
FONTE
Estud. av.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
Em seus últimos anos de vida, Goethe esteve obcecado pela assim chamada "tendência-espiral". Essa questão, contudo, de modo algum constituía algo novo para ele, como demonstram claramente suas formulações anteriores em torno de linhas curvas e espirais. De fato, essas formas encontram-se nas zonas de intersecção entre literatura, artes visuais (em especial, as ornamentais) e estudos científicos. Uma referência crucial para as estéticas do final do século XVIII foi a famosa concepção de William Hogarth sobre a "linha da beleza" (1753), a qual também deixou vestígios nos escritos de Goethe, até mesmo em sua fase tardia. O presente trabalho examina sua elegia "Amynthas" (1799), o ensaio "Touro fossilizado" (1822), assim como textos sobre a metamorfose das plantas e a tendência-espiral da vegetação. Formas espirais parecem ter exercido fascínio tão intenso sobre Goethe porque elas possibilitam, com seus múltiplos significados e funções, extrapolar fronteiras entre diferentes gêneros e disciplinas e estabelecer conexões entre diferentes pensamentos. Essa atividade intelectual transgressora, a que chamaríamos de "interdisciplinaridade", continuou sendo modelar para importantes pensadores do século XX, tais como Paul Valéry, Walter Benjamin ou Aby Warburg.
ASSUNTO(S)
goethe tendência-espiral martius linha da beleza william hogarth
Documentos Relacionados
- O polígrafo do sertão: ciências naturais e literatura na obra de Euclides da Cunha
- A avaliação no Ensino de Ciências Naturais nos documentos oficiais e na literatura acadêmica: uma temática com muitas questões em aberto
- Educação estética, cinema e alteridade
- A palavra poética no ter-lugar da língua: estética, ética e política
- Estética, liberdade e reflexividade: repensando Bourdieu