Narrative and database in “All that is Solid”, a desktop documentary

AUTOR(ES)
FONTE

Galáxia (São Paulo)

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/05/2019

RESUMO

Resumo Este artigo propõe analisar “All that is Solid”, do artista e cineasta Louis Henderson, um filme-documentário que utiliza a área de trabalho de um computador como o pano de fundo para um novo tipo de estrutura narrativa a desdobrar-se. O filme é analisado, principalmente, através da noção de Lev Manovich de “banco de dados como uma forma simbólica” (MANOVICH, 1999), que é atribuída pelo autor à “era do computador”, já que o banco de dados se torna a forma chave de expressão cultural, depois do romance e do cinema. Este texto conduz uma leitura atenta sobre o filme na medida em que indica diversos momentos em que o banco de dados como superfície de uma expressão cultural torna-se dominante, competindo com formatos narrativos da filmagem convencional. Através da simples organização de pastas sobre a área de trabalho do computador de Henderson, desvendam-se, de forma reflexiva, histórias complexas: como os progressos tecnológicos avançam no ocidente, montanhas de computadores são jogadas fora e enviadas à costa do oeste africano, acabando por serem recicladas em terrenos residuais, como Agbogbloshie, em Accra, Ghana. O filme nos confronta com um sistema desconhecido de reciclagem, um tipo de mineração ao inverso, neocolonial, em que grupos de ganenses buscam por recursos minerais em restos de computadores trazidos da Europa. Conta-nos sobre a correlação entre tecnologia e raça, além da imaterialidade da ‘Cloud’, em contraste com a materialidade pesada das zonas de lixos eletrônicos.Abstract This paper proposes to analyze “All that is Solid” by artist and filmmaker Louis Henderson, a documentary film that uses the desktop of the computer as a background for a new kind of narrative structure to unfold. This film will be looked at mainly through Lev Manovich´s notion of the “database as a symbolic form” (MANOVICH, 1999) which the author attributes to the “age of the computer” when the database becomes the key form of cultural expression after the novel and cinema. It conducts a close reading of the film while pointing out several moments when database as a cultural expression surfaces, becomes dominant, and competes with conventional narrative forms of filmmaking. Through the basic system of organizing folders on his computer’s desktop Henderson reflexively unravels a complex story: as technological progress advances in the West, piles of obsolete computers are thrown away, sent to the coast of West Africa, and end up being recycled in waste grounds such as Agbogbloshie in Accra, Ghana. The film confronts us with a strange system of recycling, a kind of reverse, neo-colonial mining, where groups of Ghanaians search for residues of mineral resources in the computer waste materials sent from Europe. It tells us of the correlation between technology and race, and of the immateriality of the ‘Cloud’ in contrast to the heavy materiality of e-waste zones.

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